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19 de maio de 2025

PSDB tem interesse em contar com Ciro para 2026, mas fusão com Podemos pode ser entrave

A Presidência do partido confirmou o interesse ao Opinião CE, mas ressaltou que o convite ainda não foi oficializado
Tasso Jereissati, líder tucano, e Ciro Gomes. Foto: Divulgação

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Desde que o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) participou do Café da Oposição na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), o seu nome voltou a ser citado pelo grupo oposicionista como o de um possível candidato aos cargos majoritários em 2026, inclusive para o Governo do Ceará. No PDT, no entanto, o ex-presidenciável poderia não ter espaço para uma postulância opositora a Elmano de Freitas (PT). O partido que desponta como um possível caminho é o PSDB, que confirmou ao Opinião CE o interesse em contar com o ex-governador como um dos quadros tucanos, onde já foi filiado entre 1990 e 1997.

Conforme a Presidência estadual da legenda, apesar de os diálogos estarem ocorrendo, ainda não foi feito um convite oficial. No PSDB cearense, o presidente Ozires Pontes, prefeito de Massapê, e o ex-senador Tasso Jereissati querem a sigla na oposição cearense para o próximo ano.

Em nível nacional, no entanto, o partido está em diálogo com o Podemos para uma possível fusão. No Ceará, a legenda, presidida por Bismarck Maia, é governista. A união entre as agremiações poderia ser um entrave para a chegada de Ciro.

Aliados do Governo e opositores articulam, nos bastidores, a possibilidade de contar com o novo partido em suas respectivas coligações. Mesmo que as articulações no âmbito estadual sejam importantes, a decisão deve partir das direções nacionais. Renata Abreu, presidente do Podemos, vem ao Ceará para uma conversa com lideranças partidárias. Na pauta, os rumos da nova legenda no Estado.

CIRO GOMES: PDT E CAFÉ DA OPOSIÇÃO

No PDT desde 2015, Ciro já foi candidato à Presidência da República por duas oportunidades pelo partido, em 2018 e em 2022. Ele também é pré-candidato para 2026, mas pode ter dificuldade em conseguir legenda pela sigla, inclusive caso se candidate ao Abolição.

No último dia 2 de maio, após a demissão do presidente nacional trabalhista Carlos Lupi do Ministério da Previdência, o ex-governador cearense comentou, em postagem oficial do PDT, que está “muito envergonhado” e que o anúncio da demissão foi de “uma indignidade inexplicável”.

No lugar de Lupi, assumiu a Previdência o ex-deputado federal Wolney Queiroz, também filiado ao PDT, mas que, em 2022, no lugar de apoiar Ciro para o Palácio do Planalto, esteve entre os que apoiaram Lula (PT), que veio a vencer o pleito.

A escolha por Wolney, aliás, não passou pelo crivo pedetista. O movimento também não agradou parte da legenda, que decidiu deixar a base do Governo. Apesar de, em um primeiro momento, o indicativo ser de que toda a bancada na Câmara dos Deputados decidiu por se tornar independente, alguns parlamentares seguem como governistas. As discussões internas não devem cessar até 2026, quando a sigla terá que definir o seu posicionamento.

Nesta última terça-feira (6), já após a indignação em relação à demissão de Lupi e à escolha de Wolney para a Previdência por parte do Governo Lula, Ciro se reuniu com opositores a Elmano de Freitas na Assembleia.

No encontro, como informaram deputados estaduais ao Opinião CE, o ex-ministro foi colocado como pré-candidato tanto ao Governo do Ceará como ao Senado. O Ferreira Gomes, que, caso siga aliado ao grupo de oposição, estará alinhado a parlamentares bolsonaristas e ao grupo liderado pelo ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil), firmou um acordo para “deixar os desentendimentos de lado”.

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