Novo partido do vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista, o Partido Socialista Democrático Brasileiro (PSDB) não tem sido mais tão popular entre os cearenses na última década. Em março de 2013, o PSDB tinha 58.318 filiados no Ceará. Dez anos depois, em fevereiro deste ano, o partido de Tasso Jereissati (PSDB) apresentou uma queda de 10 mil filiados.
O PSDB conta 48.897 pessoas filiadas. É o segundo partido com mais filiados cearenses, ficando logo a frente do MDB, com 44.109 filiados (2 mil a mais do que em 2013), mas atrás do primeiro do ranking, o PT, com 79.137 pessoas filiadas (um avanço aproximado de 3 mil, em dez anos). As informações oficiais foram obtidas pelo OPINIÃO CE junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A perda no número de tucanos representa uma média aproximada de 1 mil filiados a menos a cada ano. Segundo a assessoria do partido, o número de filiados até fevereiro de 2023 é de 56 mil pessoas, divergindo dos dados oficiais do TSE. Nas eleições do ano passado, o PSDB esteve cercado de polêmicas envolvendo a quem destinaria seu apoio para os então candidatos ao Governo do Estado, Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT). Passada as eleições daquele ano, o partido tucano foi perdendo força política com desfiliações.
A ex-primeira-dama de Fortaleza Natália Herculano, por exemplo, anunciou desfiliação do PSDB logo após o resultado das urnas, apenas oito meses após ingressar na sigla. Ela concorreu pela legenda à Assembleia Legislativa do Ceará (ALECE) nas últimas eleições, mas não conseguiu se eleger.
FILIADOS X ELEITOS
O partido de Domingos Filho, o PSD, em 10 anos, também perdeu filiados. Em 2013, o PSD estava com 13.027 pessoas filiadas. Neste ano, está com menos da metade: 6.758. Apesar de reduzido o número de “féis”, o partido tem grande abrangência no interior cearense: são 28 prefeituras no Ceará. Além disso, o partido conta com 6 deputados estaduais e federais, eleitos e/ou reeleitos.
CRESCIMENTO
O PDT está no centro da pauta política do Estado, em meio a debates e embates na sigla em relação a que posição tomar diante de uma gestão petista no Governo do Estado. Outrora aliados, os dois partidos romperam nas eleições do ano passado. A atual disputa interna moldará o cenário das eleições municipais de 2024. Divergências internas a parte, o PDT foi o partido mais filiou nos últimos 10 anos.
Foram pouco mais de 10 mil novos trabalhistas arregimentados. O partido que reúne o prefeito de Fortaleza, José Sarto, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão, o ex-prefeito da Capital, Roberto Cláudio e os irmãos Ferreira Gomes, dentre outras lideranças, conta atualmente 34.680 filiados no Estado. Os dados são de fevereiro de 2023, os últimos consolidados na plataforma de dados do TSE. No mesmo mês, em 2013, esse número era de 24.544.
Em 2022, o PDT teve o maior número de votos válidos no Estado, com 1.239.514, emplacando 13 nomes na Assembleia. O PT, no que lhe concerne, teve 8 eleitos e o PSDB somente 1 nas últimas eleições. Segundo o TSE, o PDT é o partido com maior número de prefeituras para a gestão que se iniciou em 2021. A sigla teve 66 prefeitos eleitos nas últimas eleições. Em seguida aparecem PSD, com 28 prefeituras; e PT, com 18. O PDT é também o partido que mais ganhou prefeituras em relação à eleição de 2016, saltando de 48 para 66. O MDB caiu de 28 para 17, e o PT subiu de 15 para 18.
RELAÇÃO COM A SOCIEDADE
O cientista político Clayton Mendonça, em entrevista ao OPINIÃO CE, acredita que os números respondem sobre como os partidos se comportam perante à sociedade cearense e brasileira.
“A diminuição de pessoas filiadas a partidos políticos tem muito a ver com a dificuldade que os próprios partidos políticos têm em se inserirem realmente na sociedade. Nesse sentido, não à toa, o PT tem o maior número de filiados no estado do Ceará. O PT é um dos poucos partidos do Brasil que, gostando ou não, é possível identificar laços deste partido com alguns setores da sociedade, como sindicatos e outros movimentos sociais. As pessoas sabem o que o PT defende, suas posições, etc. O PT é um dos partidos mais vivos na sociedade ainda hoje. Ao contrário de outros, que acabam sendo meramente uma sigla para disputas eleitorais“, define o cientista.
