O Governo Federal fez a sua última proposta de 2024 para os docentes de Universidades Federais em greve. Nesta quarta-feira (15), foi realizada uma reunião da Mesa Específica Temporária, com integrantes do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e com representantes dos professores. A proposta do Governo Lula, no entanto, não foi bem recebida pelos docentes, já que não prevê reajuste em 2024. Para os anos de 2025 e 2026, há a previsão de reajustes variáveis, de 13,6% a 31,2%, a depender do cargo do servidor. A resposta dos professores acerca da proposta deve ser até o dia 27 de maio.
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que participou da mesa de negociação junto ao Executivo Nacional, destacou que serão realizadas assembleias nas instituições para a análise da proposta. Jennifer Webb, membro da Andes-SN, afirmou esperar um avanço na contraproposta apresentada pelos docentes no último 19 de abril.
De início, a proposta do Governo Federal era de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Em resposta, os servidores reivindicaram 7,06% para este ano, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026. Na demanda, o sindicato pede reposição de reajuste de 22,71% do salário, que estariam perdidos desde 2016. Há ainda o pedido para o Executivo considerar perdas históricas da categoria.
GREVE NO CEARÁ
Os docentes da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade Federal do Cariri (UFCA) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) estão em greve desde o dia 15 de abril, deflagrada no dia 9 do mesmo mês após a rejeição de proposta do Ministério da Educação (MEC) acerca do reajuste salarial. Já no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), a greve foi deflagrada no dia 5 e iniciada no dia 11.
Segundo o Andes-SN, 51 das 63 Universidades Federais aderiram ao movimento. O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), que reúne docentes dos Institutos Federais (IFs) afirma que 550 campus de 39 instituições, duas unidades do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) e o Colégio Pedro II aderiram à greve.