O Sistema Fecomércio Ceará lançou o Programa de Compra Direta de gêneros alimentícios de produtores familiares, que atuam na agricultura, pecuária, piscicultura e carcinicultura, para atender às demandas das unidades do Sesc e do Senac em todo o Estado. Mais de R$ 26 milhões serão destinados às compras, apenas no primeiro ano do programa, contemplando 13 cooperativas credenciadas que representam mais de 150 produtores.
O evento de lançamento aconteceu na última sexta-feira, 23, na sede da Federação e contou com a presença do presidente do Sistema Fecomércio, deputado federal Luiz Gastão (PSD); do secretário do Desenvolvimento Agrário do Ceará, Moisés Braz; o diretor-superintendente do Sebrae-CE, Joaquim Cartaxo; o superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Ceará, Odilon Aguiar; os vereadores de Fortaleza Eudes Bringel e Estrela Barros; o superintendente do Sistema Fecomércio, Henrique Javi; a diretora Regional do Senac Ceará, Débora Sombra, além de agricultores e líderes de cooperativas.
Os produtores das mais diversas regiões do Ceará, incluindo Cariri, Sertão Central, Litoral Oeste/Vale do Curu e Serra da Ibiapaba, estão organizados por meio de cooperativas. Os insumos fornecidos por meio desse programa vão atender ao Hotel Sesc Iparana, restaurantes e clubes recreativos do Sesc, além dos cursos de gastronomia e as empresas-escolas do Senac, como o restaurante Mayú e o Café Senac. Também está previsto o suprimento de gêneros alimentícios para executar oficinas e práticas alimentares a serem realizados nos projetos Povos do Mar, Herança Nativa e Mostras de Cultura, além da criação de menu para eventos institucionais.
Vale destacar o atendimento das escolas Educar Sesc, bem como as unidades Sesc Ler, visando o preparo da merenda escolar.
COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS
Para a agricultora familiar Antônia Alves, conhecida como dona Dita, a luta para aumentar a comercialização dos produtos da agricultura familiar vem desde a origem das cooperativas. “O Sistema Fecomércio está abrindo uma nova porta para alavancar a agricultura familiar e estimular o aumento na produção. Essa parceria também vai estimular que os produtores se organizem ainda mais, por meio das cooperativas“, afirmou. Hoje, ela é apicultora e planta frutas como laranja, limão, goiaba e manga, que vende na Bodega das Mulheres, às segundas e quartas-feiras, em Parambu.
“Hoje, o produtor familiar não tem garantia de preço e, por isso, acaba nas mãos de atravessadores. Com as flutuações do mercado e baixa dos preços, muitas vezes é mais vantajoso passar o trator por cima da plantação, porque sai mais caro colher do que vender. Isso faz com que a atividade seja de alto risco, principalmente para pequenos e médios produtores da agricultura familiar. Esse programa é para transmitir essa segurança e apoiar a produção“, aponta Luiz Gastão.
De acordo o parlamentar, a iniciativa surge para resolver esse problema. Com o edital, o produtor pode prever as suas vendas, planejar sua produção de acordo com preço orçado e garantido. “Esse é o modelo que está sendo iniciado pelo Sistema Fecomércio no Ceará, que tende a crescer e se tornar um programa nacional, criando uma base de sustentabilidade para agricultura familiar e solidária“, conclui.
Odilon Aguiar, superintendente do Ministério da Agricultura no Ceará, reforçou que “a iniciativa representa um passo significativo em direção a um modelo econômico equitativo e ambientalmente adequado”.
Moisés Braz, titular da SDA, por sua vez, aponta que o acordo é iniciado com “otimismo”. “É motivo de orgulho poder executar políticas públicas, muitas delas em parceria com as organizações da sociedade civil, na perspectiva de que nossos empreendimentos possam produzir mais e melhor tendo garantia de preço justo, fortalecendo assim as cadeias produtivas e gerando valor para a sociedade”.
Conforme o Guia de Aquisições Sustentáveis da CNC/ Sesc/ Senac, o fomento da adoção de critérios mais sustentáveis contribui para um modelo de crescimento econômico continuado, em prol da conservação do planeta, se mostrando socialmente justa e ambientalmente adequada. Nesse sentido, foi lançado edital de chamamento público para credenciamento das cooperativas aptas a atenderem as demandas do Sesc e do Senac em dezembro de 2022. A homologação das cooperativas credenciadas aconteceu em junho deste ano.
