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9 de outubro de 2024

“Profundo desconhecimento do que é o Nordeste”, diz Elmano sobre fala de Zema

Neste fim de semana, Romeu Zema, governador de Minas Gerais, comparou o Nordeste com uma "vaquinha que pouco produz" mas que recebe muita atenção
Fotos: José Wagner/Governo do Estado e Gil Leonardi/Agência Minas

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Segundo o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), a fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), neste último fim de semana, mostra um “profundo desconhecimento do que é o Nordeste”. Em entrevista ao Estado de S. Paulo, Zema comparou o Nordeste com uma “vaquinha que pouco produz” e que recebe muita atenção. “Minas Gerais tem parte dela que participa do semiárido brasileiro, e eu esperava do governador de Minas um pouco mais de visão nacional. O que o país precisa é de união, solidariedade e colaboração”, disse.

Na ocasião, Zema defendeu a criação de um fundo para o Sul e para o Sudeste – assim como existem os Fundos Constitucionais de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), do Nordeste (FNE) e do Norte (FNO) -, e de um consórcio entre as duas Regiões meridionais do país.

De acordo com Elmano, o Consórcio Nordeste foi criado para “discutir as desigualdades regionais”. “Nós saudamos muito para que outras regiões criem seus consórcios para que facilite o entendimento entre as Regiões, não para dividir, mas para unir cada vez mais o Brasil”, afirmou.

“Lamento muito a fala e fiquei muito feliz que outros governadores das Regiões Sudeste e Sul não concordam com esse tipo de manifestação”, completou o governador.

CONSÓRCIO NORDESTE

Após as declarações de Zema, o Consórcio Nordeste publicou uma nota lamentando as falas do governador. “O governador [Romeu Zema] demonstra uma leitura preocupante do Brasil. Ao defender o protagonismo do Sul e Sudeste, indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas décadas dos projetos nacionais de desenvolvimento“, diz nota.

“Já passou da hora do Brasil enxergar o Nordeste como uma região capaz de ser parte ativa do alavancamento do crescimento econômico do país e, assim, contribuir ativamente com a redução das desigualdades regionais, econômicas e sociais”, aponta.

A nota é assinada pelo presidente do Consórcio, o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB). Para ele, a união dos estados do Sul e Sudeste é válida e pode representar um avanço, mas que “só vai se dar na medida em que todos apostarmos num Brasil que combate suas desigualdades, respeita as diversidades, aposta na sustentabilidade e acredita no seu povo”, frisou. Ainda na nota, o governador da Paraíba pede a “união nacional em torno da reconstituição de áreas estratégicas para o nosso País”.

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