O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc) realizou uma assembleia, nesta segunda-feira (17), que deliberou pela manutenção da greve dos professores nas universidades federais do Ceará. Com novas propostas do Ministério da Educação (MEC), negociadas na última sexta-feira (14), os docentes reconhecem o avanço das negociações, mas criticam a “falta de diálogo do Governo” com o comando grevista. Ainda sem uma data definida, a previsão é que seja realizada uma nova assembleia para discutir a possibilidade de encerramento da paralisação.
“A gente traria, na próxima assembleia, a possibilidade de saída da greve a depender das orientações do comando nacional de greve e a depender dos resultados de eventuais negociações que possam haver com o Governo”, levantou a possibilidade o vice-presidente do sindicato, Roberto da Justa.
A proposta atual do Governo Federal consiste na elevação do reajuste linear oferecido até 2026, de 9,2%, para 12,8%, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. A contraproposta do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) foi que ocorra o reajuste de 3,68% ainda neste ano, 9% em 2025 e 5,16% em 2026. Também foi anunciada a recomposição de parte do orçamento das universidades federais e a oferta de 5,6 mil bolsas de permanência para estudantes indígenas e quilombolas.
Na assembleia desta segunda, compareceram 142 docentes da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade Federal do Cariri (UFCA) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Na ocasião, os professores celebram as conquistas obtidas desde o início da greve, que já se estende por dois meses, como a recomposição parcial do orçamento das instituições federais e a implementação do reajuste de benefícios, incluindo o auxílio-alimentação, auxílio saúde suplementar e o auxílio-creche.
“Tudo que obtivemos até agora foi conquista da nossa greve. Estamos firmes na decisão de continuarmos na negociação”, afirmou a presidente da Adufc, Irenísia Oliveira.
GREVE DOS SERVIDORES
O Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (SINTUFCE) também organizou assembleias na UFC e na UFCA, em que foi decidido pela manutenção do movimento grevista dos servidores técnico-administrativo em educação. Na reunião da UFC, apenas oito pessoas votaram pelo fim da greve, entre os 600 servidores que participavam. Já na assembleia na federal do Cariri houve a presença de mais de 100 servidores, alcançando quase 50% da categoria na universidade. Nas discussões, foi decidido seguir as orientações do Comando Nacional de Greve (CNG) para a manutenção da greve em busca de mais conquistas.