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19 de abril de 2025

Professor Marcelão defende retomada do Pacto pelo Pecém e políticas públicas em torno do Porto 

Em entrevista ao podcast Questão de Opinião, o prefeito de São Gonçalo do Amarante destacou a importância do Complexo Industrial e Portuário do Pecém para as economias do Município e do Estado, mas ressaltou serem necessárias políticas públicas voltadas ao social na região
Prefeito de São Gonçalo do Amarante, Professor Marcelão, em entrevista ao podcast Questão de Opinião. Foto: Natinho Rodrigues

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O prefeito de São Gonçalo do Amarante, Marcelo Teles, o Professor Marcelão (PT), defendeu a retomada do Pacto pelo Pecém, política da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) que durou de 2011 a 2014 e tinha como objetivo aprofundar estudos em torno do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), na localidade do Pecém. Em entrevista ao podcast Questão de Opinião, do OPINIÃO CE, Marcelão ressaltou ainda a importância para que sejam promovidas políticas públicas no entorno do porto, visando garantir melhorias sociais e infraestruturais para a localidade.

Conforme o prefeito, o CIPP, é responsável por 40% a 45% da economia do Ceará. Porém, como destacou, o dinheiro arrecadado não fica com São Gonçalo, Caucaia ou os demais municípios vizinhos. “É necessário, dentro do Pacto pelo Pecém, melhorarmos as infraestruturas em torno do complexo, seja com apoio do Governo Estadual ou Federal, para dar mais mobilidade urbana e também trabalhar o social”, destacou.

“São necessárias políticas públicas voltadas para a questão social, voltada para a questão ambiental, também para educação e mobilidade urbana”, afirmou.

Marcelão disse ter essa preocupação para que não ocorra no Pecém o que aconteceu, por exemplo, na cidade de Santos, em São Paulo, onde o entorno do porto recebe críticas pela sua situação “degradante”. “Essa é a preocupação, temos essa lacuna de 10 a 20 anos de recuperar essa ideia [do Pacto pelo Pecém] (…) estamos tentando resgatar para não virar Santos”, acrescentou, destacando que o Pacto foi iniciado pelo então deputado estadual Eudoro Santana (PSB).

A retomada do Pacto pelo Pecém já foi iniciada desde agosto de 2023. No mês, o governador Elmano de Freitas (PT) esteve no CIPP, onde foi realizada solenidade que contou com a presença de representantes dos setores privado e público. Antes de responsabilidade da Alece, o Pacto agora será uma ação pactuada entre o CIPP, o Governo do Estado, a Assembleia, as Prefeituras de Caucaia e de São Gonçalo do Amarante e a Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (AECIPP).

ROTAS PARA O PECÉM E QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA

Como completou o gestor de São Gonçalo ainda no Questão de Opinião, ações voltadas para o fortalecimento social e da infraestrutura do Porto do Pecém já foram iniciadas. “Temos 80 rotas saindo do Complexo para Fortaleza e os municípios vizinhos. Precisamos modernizar, sempre falo, e estou à disposição, e por isso criamos o programa A Caminho do Trabalho”. Por meio da política, a Prefeitura garante que os trabalhadores do CIPP possam chegar ao Complexo por meio de rotas gratuitas. “Temos rotas gratuitas, em um programa da Prefeitura que lançamos esse desafio para as empresas. Nós temos o Pecém, temos a Sede, mas também temos o sertão e a BR, que é o Croatá”, completou.

“Iniciamos o programa A Caminho do Trabalho no sertão, e hoje já são quase 400 trabalhadores nessas rotas gratuitas oferecidas pela Prefeitura para chegar no Complexo”.

Em outra ação que visa promover uma maior participação da população são-gonçalense no CIPP, a gestão está investindo R$ 1 milhão em cursos de capacitação, em parceria com parceiros como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o Centro Vocacional Técnico (CVTEC) e o Campus do Pecém do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).

Segundo ele, a população da cidade “precisa fazer parte desse desenvolvimento econômico”. “Temos 5 mil a 6 mil pessoas em São Gonçalo que são agricultores artesãos, então precisamos inserir esse cidadão no desenvolvimento econômico. Começamos a capacitar esse cidadão com cursos, com parceiros tipo a ArcelorMittal, que veio se instalar no Porto do Pecém e graças a Deus vem dando certo”, relatou. “Hoje, um empresário chegar no Gabinete da Prefeitura, eu tenho uma mão de obra qualificada”, acrescentou.

“Se ela [a empresa] vier se instalar no Município e disser: ‘quero essa mão qualificada daqui a seis meses’, chamamos os parceiros e iremos qualificar a população para fazer parte do desenvolvimento econômico do Ceará e de São Gonçalo”.

Com isso, conforme Marcelão, a economia local é quem ganha, o que explicaria a Prefeitura possuir atualmente cerca de 5.200 funcionários públicos, entre efetivos, terceirizados e cargos comissionados. Com um número que conforme o gestor não se encontra nem na Europa, a razão entre servidores e população total – de 54.143 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – é em torno de um servidor para cada 10 habitantes. O prefeito diz que essa razão ocorre porque foram abertos serviços no Município.

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