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8 de dezembro de 2024

Principais clubes de futebol do Brasil se mostram contra a proibição das bets no país

Em defesa contra a proibição, o "fim do futebol no Brasil" foi decretado caso o fato venha a se concretizar
Foto: Gustavo Moreno/ STF

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Durante a segunda sessão da audiência pública do Supremo Tribunal Federal (STF), para discutir os impactos das apostas online no Brasil, nesta terça-feira (12), os principais clubes de futebol do país defenderam a Lei 14.790/2023, norma que regulamentou as chamadas bets. Entre os inscritos na lista de participantes, constavam representantes dos clubes: CruzeiroBotafogo e Fluminense.

Apesar dos três defenderem a regulamentação do mercado, os clubes rejeitaram a ideia de proibição e destacaram a dependência financeira dos clubes em relação às casas de apostas. Um manifesto assinado por 30 times foi lido durante audiência para ouvir os argumentos de especialistas sobre os efeitos da proliferação das apostas na economia e na saúde mental dos apostadores.

Durante o debate, o advogado do Fluminense Futebol Clube, André Sica, leu uma declaração em nome de 30 clubes de futebol para defender o mercado de apostas. Segundo números apresentados pelas equipes, cerca de 75% dos times brasileiros são patrocinados por casas de apostas. “O fluxo financeiro oferece uma alternativa crucial para que os clubes possam investir na quitação de dívidas, ter a contratação de jogadores, contribuindo com a competitividade do futebol brasileiro, tanto na América do Sul, quanto no cenário global”, argumentou.

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, representou o Cruzeiro Esporte Clube e foi ainda mais drástico em sua afirmação. O advogado apontou a proibição das bets no Brasil como possível fator para o “fim do futebol” no país. Sem o patrocínio do mercado de apostas, os clubes não conseguem sobreviver, principalmente os pequenos times.

“Sem as bets, o futebol não subsiste no Brasil. Se hoje uma liminar suspendesse as bets, terminaria o campeonato brasileiro”, afirmou.

Jonas Decorte Marmello, advogado do Botafogo Futebol Clube, ligou a entrada do patrocínio das bets, ao aumento no número de torcedores pagantes nos estádios e o número de títulos de equipes brasileiras na Libertadores. “É evidente que não é uma mera coincidência. A injeção de capital trazido com as casas de apostas esportivas permitiu que a indústria do futebol brasileiro se fortalecesse e mantivesse seus talentos por mais tempo”, comentou.

Entre os clubes citados na lista, estão: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Atlético-MG, Avaí, Bahia, Barra, Botafogo, Brusque, Ceará, Corinthians, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Guarani, Hercílio Luz, Internacional, Joinville, Juventude, Palmeiras, Paysandu, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, São Paulo, Sport, Vasco, Vila Nova, Vitória.

Além dos clubes de futebol, outras instituições e setores também estiveram representados e foram ouvidos pelo ministro Fux durante a audiência, e destacaram pontos como a arrecadação que pode ser feita pelo governo via impostos, além dos muitos danos provenientes do vício em apostas.

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