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20 de abril de 2025

Nº de rodovias liberadas sobe para 631, diz PRF; Ceará não registra bloqueios

Os protestos são promovidos por grupos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que não aceitam o resultado das eleições
Foto: Divulgação/PRF

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Novo levantamento divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) nesta quarta-feira, 2, feriado de Finados, aponta que 631 ações de interdição ou bloqueios em estradas federais foram desfeitas no País. Os manifestantes protestam contra o resultado das eleições para a Presidência da República. A PRF informou que os bloqueios são interrupções totais das vias, enquanto as interdições mantêm o fluxo parcialmente impedido. O Ceará não registra bloqueios em vias decorrentes de manifestações antidemocráticas.

Conforme o balanço, 15 estados registram ações, sendo que 98 pontos estão interditados e há 52 pontos de bloqueio. Santa Catarina é o estado com mais bloqueios (36), seguido pelo Paraná (10) e pelo Rio Grande do Sul (3). As interdições ocorrem em maior número em Mato Grosso (30), Pará (17), Rondônia (12) e Paraná (10).

Os protestos são promovidos por grupos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que não aceitam o resultado das eleições. Na tarde de terça-feira, 1º, o mandatário se pronunciou pela primeira vez sobre o resultado das urnas e comentou sobre os protestos que ocorrem nas estradas em todo o Brasil. “As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônios e cerceamento do direito de ir e vir“, disse.

Na sequência, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que, com autorização do presidente, iniciará o processo de transição com o novo governo eleito. “O presidente Jair Messias Bolsonaro me autorizou, quando for provocado, com base na Lei, iniciarmos o processo de transição. A presidente do PT [Gleisi Hoffmann], segundo ela, em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira [3] será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei no nosso País”.

Desabastecimento

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) fez um alerta para o risco de desabastecimento e a falta de combustíveis, caso rodovias não sejam rapidamente desbloqueadas. Em nota reportada pela Agência Brasil, a entidade alertou que as indústrias já sentem os impactos no escoamento da produção e relatam casos de impossibilidade do deslocamento de trabalhadores. Segundo a CNI, as paralisações já atingem o transporte de cargas essenciais, como equipamentos e insumos para hospitais, bem como matérias-primas básicas para as atividades industriais.

Nesta terça-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes, reforçou em despacho a autorização ao uso de tropas da Polícia Militar pelos governadores de Estados para dar início à “imediata desobstrução de todas as vias públicas que ilicitamente estejam com seu trânsito interrompido”. A decisão leva em consideração a escalada de tensão no País.

“As Polícias Militares dos Estados possuem plenas atribuições constitucionais e legais para atuar em face desses ilícitos, independentemente do lugar em que ocorram, seja em espaços públicos e rodovias federais, estaduais ou municipais, com a adoção das medidas necessárias e suficientes, a critério das autoridades responsáveis dos Poderes Executivos Estaduais”, escreveu o ministro.

Dados da CNI mostram que 99% das empresas brasileiras usam as rodovias para transporte de sua produção. “O setor industrial se posiciona contrariamente a qualquer movimento que comprometa a livre circulação de trabalhadores e o transporte de cargas e que provoque prejuízos diretos no processo produtivo e na vida dos cidadãos – os mais impactados com essa situação”, destacou nota da CNI.

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