Com a confirmação do Partido dos Trabalhadores (PT) em lançar o atual governador Camilo Santana ao Senado Federal, a vice-governadora Izolda Cela deve assumir o Executivo do Ceará já em abril. Isso acontece porque Camilo precisará deixar o cargo para se dedicar às eleições, em outubro deste ano. Vide o peso do cargo, Izolda já começa a se posicionar mais firmemente sobre as decisões que envolvem o cenário político. No sábado (29), ela criticou a postura do Governo Federal após anúncio do aumento do piso salarial do magistério. “Existe uma lei vigente há anos”, disse.
Segundo Izolda, o Governo Federal espera ‘colher os louros’ de uma política já estabelecida. “Este aumento do piso salarial do magistério não é dado pelo Governo Federal. Existe uma lei vigente há anos, praticamente desde a implantação do piso, que determina a maneira como é feito o cálculo – vinculado ao valor aluno Fundeb [Fundo Nacional da Educação Básica]. Outra coisa, são estados e municípios brasileiros, com seus próprios recursos, que pagam os seus professores”, destacou a vice-governadora.
“Precisamos muito de um governo federal mais atuante e responsável com a educação. O que vier será muito bem vindo. Mas remeter ao governo federal este percentual de aumento do piso é uma apropriação indébita. Ou por desconhecimento, ou por má intenção”.
Reajuste
No último dia 27, o presidente Jair Bolsonaro confirmou o reajuste salarial de 33,24% no piso salarial dos professores para este ano. Conforme levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), o custo para estados e municípios pode chegar na casa de R$ 30 bilhões, neste ano. Anteriormente, a negociação entre Casa Civil, Ministério da Economia e Ministério da Educação apontava para um reajuste de 7,5%, que atenderia governadores e prefeitos. A pressão, no entanto, fez com que o governo se voltasse ao reajuste maior.
Segundo Bolsonaro, “mais de 1,7 milhão de professores, dos Estados e Municípios, que lecionam para mais de 38 milhões de alunos nas escolas públicas serão beneficiados”. Com o aumento, o salário-base dos professores deverá ir de R$ 2.886 para cerca de R$ 3.800. A decisão gera um desconforto entre prefeitos e governadores, que acreditam que o aumento irá pressionar as contas públicas.
“É com satisfação que anunciamos para os professores, da educação básica, um reajuste de 33,24% no piso salarial. Esse é o maior aumento já concedido, pelo Governo Federal, desde o surgimento da Lei do Piso“, disse Bolsonaro.