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24 de maio de 2025

Presidente da Petrobras defende atual política de preços da estatal

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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Por Priscila Baima

Em meio à crise causada pelo aumento dos combustíveis e preços dos alimentos num ano eleitoral, o terceiro presidente da Petrobras na gestão de Jair Bolsonaro (PL), José Mauro Coelho, defendeu em seu discurso a atual política de preços da estatal, que atualmente se baseia em valores equiparados ao preço do barril do petróleo no Exterior. O preço da gasolina está acima dos R$ 7, apesar da variação do dólar nas últimas semanas.

Segundo Mauro Coelho, que foi empossado ontem na função, o aumento da produção da companhia só aconteceu “devido à nova política implantada pela empresa.” Na ocasião, o gestor relembrou as últimas gestões e declarou que em 2014 a dívida bruta da Petrobras era de US$ 160 bilhões. “Uma das maiores do mundo corporativo”, ressaltou o presidente da estatal em sua fala. “Com a nova política da estatal, a dívida caiu para menos de US$ 50 bilhões e abriu espaço para novos investimentos. Somente em 2021, foram investidos US$ 8,8 bilhões. A Petrobras é hoje a maior produtora de petróleo e gás natural do Brasil.”

Em seu discurso, Mauro Coelho afirmou ainda que a empresa aumentará, nos próximos cinco anos, sua produção. “Serão mais de 500 mil barris de óleo equivalente por dia com implantação de 15 novos sistemas de produção, sendo que 12 já estão contratados.” A Petrobras, em sua gestão, acrescentou, terá “aumento da eficiência energética, operacional e ambiental. E aqui um valor fundamental: a segurança.”

“Os desafios que você terá pela frente serão grandes e complexos. Entretanto, seu currículo e sua experiência na indústria de petróleo e gás o credenciam de forma destacada para assumir o comando da nossa empresa. Boa sorte!”, afirmou o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

QUEM É O NOVO PRESIDENTE DA PETROBRAS

Mauro Coelho foi presidente do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA), estatal criada em 2013, ainda no governo de Dilma Rousseff (PT), para atuar na área do pré-sal. Com graduação em química industrial, Coelho tem mestrado em ciências de materiais e doutorado em planejamento energético. Em outubro de 2021, José havia pediu demissão do cargo de secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME).

O gestor também foi servidor público por 14 anos. Mauro Coelho vem para substituir o general da reserva Joaquim Silva e Luna, que ficou menos de um ano à frente da estatal, rerirado da cadeira a pedido de Bolsonaro no final de março deste ano, permanecendo 343 dias no cargo. Em fevereiro de 2021, o então presidente da estatal, Roberto Castello Branco, foi desligado pelo mesmo motivo de seu sucessor: alta dos preços dos combustíveis. Na gestão de Castello Branco, Bolsonaro tentou anular as decisões da estatal sobre aumento do preço de combustíveis. O chefe do executivo teria enviado, no começo de seu mandato, mensagens como “Recuem” e “Assim vocês querem me derrubar”, por meio do aplicativo Whatsapp, ao então presidente Castelo Branco. No último 28 de março, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Castello Branco afirmou que era pressionado por Bolsonaro, mas não atendia aos seus pedidos. Desde 2016, ainda na gestão de Pedro Parente, a empresa adotou o preço de paridade de importação (PPI) para definir o preço da gasolina e diesel nas refinarias. O PPI é orientado pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio. Com o dólar em alta, assim como o valor crescente das commodities desde o ano passado, essa tem sido a principal injeção de alta no preço dos combustíveis no Brasil.

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