A Prefeitura de Fortaleza divulgou neste domingo (5) o relatório técnico de vídeo inspeção de galerias pluviais na região da Praia de Iracema. O local vendo sendo alvo de críticas pela poluição causada por redes de esgoto irregulares. Ao todo, foram identificadas, segundo a Prefeitura, pelo menos 26 ligações indevidas da Cagece à rede de drenagem nas áreas da Praia de Iracema, Poço da Draga, e Riacho Maceió, no Papicu. Conforme a gestão municipal, já foram identificadas cerca de 300 ligação clandestinas na orla cearense.

Na última semana, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), já havia apontado supostas irregularidades da Cagece. Em nota, a Companhia disse que “são falas as informações publicadas pelo prefeito de Fortaleza”. “A Cagece esclarece que não há nenhuma irregularidade nos sistemas de esgotamento sanitário da região da Beira-Mar da Capital, que estão funcionando normalmente”, disse, em comunicado publicado na sexta-feira (3).

A Companhia também esclareceu que as imagens mostradas pela Prefeitura “não retratam nenhum sistema da Cagece, mas de uma galeria de drenagem de águas pluviais, contendo interligação clandestina da própria população de Fortaleza”. O OPINIÃO CE tentou novo contato com a Cagece na noite deste domingo. Em nota, a Companhia disse que “até o presente momento, não recebeu nenhum relatório técnico da Prefeitura. Tão logo o documento seja enviado oficialmente para a Companhia, o mesmo será avaliado e a Cagece irá se pronunciar sobre o caso”, disse.

O documento da Prefeitura publicado neste domingo foi elaborado pela Secretaria do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) e identifica ligações indevidas e vazamentos na rede de drenagem que causam impacto negativo na balneabilidade na orla.

O relatório técnico é resultado do trabalho de vídeo inspeção realizado pela Seuma, que já percorreu mais de 140 km de galerias de drenagem com o objetivo de identificar obstruções e ligações indevidas na rede de drenagem. “A vídeo inspeção é uma iniciativa que está dentro do programa Fortaleza Cidade Sustentável (FCS), que percorreu até agora 146 km de galerias pluviais. Por meio dele, já retiramos mais de 580 toneladas de resíduos que obstruíam a rede de drenagem e identificamos cerca de 300 ligação clandestinas. Esse relatório é um diagnóstico prévio que aponta uma amostra das interferências da rede de esgoto da Cagece ao sistema de drenagem da cidade. São ligações indevidas ou extravasamentos nas áreas da Praia de Iracema, Riacho Maceió e Papicu. Nele, nós apresentamos pelo menos 26 pontos que demonstram interferências da Companhia, com fotos e vídeos”, afirma a secretária da Seuma, Luciana Lobo.

A partir do relatório, a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), em parceria com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf) e Seuma, irá iniciar as notificações de infrações e aplicação de multas, dando prazo para correção. Não sendo feita a correção no prazo específico, será iniciado o tamponamento das saídas ilegais. “Com esse conjunto de medidas e demais ações do FCS, esperamos que a cidade de Fortaleza alcance a meta de ser 100% balneável”, afirma Luciana.