O prefeito interino do município de Iguatu, José Ronald Gomes Bezerra (Republicanos), defendeu nesta terça-feira, durante audiência pública na Assembleia Legislativa do Ceará, a estadualização do Hospital Regional de Iguatu. Hoje, a gestão da unidade é feita pelo município e atende outras nove cidades do Centro-Sul. “É um problema de débito que vem desde a fundação (do hospital). Não é de agora. Estamos aqui de acordo, se for o caso, com a estadualização do hospital regional”, afirmou.
A audiência, realizada a pedido do deputado estadual Marcos Sobreira (PDT), debateu o financiamento do Hospital Regional de Iguatu, após denúncias de atendimento precário e falta de pagamento de profissionais lotados nos serviços.
“Há um problema sério, do que é repassado pelos municípios e que não tem retorno em serviços. É um problema, não só de Iguatu, mas de toda a região. Quixelô repassa R$ 237 mil e, nos últimos cinco anos, o hospital não entregou esse serviço. A gente tem um déficit de R$ 300 mil. Isso é muito para um município pequeno”, avaliou Adil Junior (PT), prefeito de Quixelô.
“A minha proposta é a estadualização amigável. Em que os municípios sejam parceiros e o Estado possa fazer a mediação. Isso não é (algo a se fazer) do dia pra noite. Entre os encaminhamentos, que a gente pudesse fazer uma visita ao Hospital Regional. O segundo, a gente fazer essa estadualização, que se possa ter uma administração do Governo do Estado. É para permanecer com o que está bom e corrigir eventuais erros”, disse Marcos Sobreira, ressaltando que o compromisso do governador Elmano de Freitas com a construção de uma nova unidade regional, para atender o Centro-Sul.
A expectativa é de que a secretária da Saúde do Ceará, Tânia Coelho, visite a unidade ainda neste mês com uma comitiva.
REPASSES
Maior unidade de saúde da região Centro-Sul do Ceará, o Hospital Regional de Iguatu atende exclusivamente pacientes do SUS, oferecendo serviços de urgência e emergência, traumatologia, ginecologia, obstetrícia, neonatologia, clínica médica e pediátrica. Com base em dados da Secretaria da Saúde (Sesa), nos últimos quatro meses de 2022, o hospital prestou cerca de 30 mil atendimentos, realizou 2.009 internações, 27.376 exames, 315 cirurgias e 436 partos.
Anteriormente, em nota enviada ao OPINIÃO CE, a Sesa esclareceu que repassa recursos do Tesouro Estadual para o Fundo Municipal de Saúde de Iguatu em duas modalidades. “A primeira como incentivo de custeio do Hospital Regional de Iguatu por meio da Política de Incentivo Hospitalar (PIH), tendo em vista que esta unidade é classificada no processo de regionalização do Estado como hospital polo. Em 2022, foram destinados R$ 12 milhões para as seguintes clínicas do equipamento: Cirurgia Geral, Obstetrícia, Clínica Médica, Pediátrica, Neonatal, Traumato-ortopédica, Anestesiológica, Saúde Mental e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto”, detalha.
A segunda modalidade, de acordo com a pasta estadual, é referente a recursos de convênios de custeio para realização de procedimentos médico-hospitalares, beneficiando usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). “O último contrato, de R$ 3 milhões, foi definido em junho de 2022 para executar cirurgias. Este repasse segue calendário de pagamento conforme cronograma de desembolso do Plano de Trabalho previamente aprovado”, afirma a Secretaria.
