Indícios de crimes de peculato, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro resultaram na deflagração da Operação Simulate, por parte da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), do Ministério Público do Ceará (MPCE). As suspeitas envolvem agentes públicos e representantes de empresas que mantinham contratos com a Prefeitura de Catarina, nos Inhamuns. A operação teve início na manhã desta quarta-feira, 31.

O MPCE investiga indícios de prática de crimes no âmbito da administração de Catarina entre os anos de 2009 e 2023. De acordo com as investigações, as suspeitas incluem até crime de falsidade ideológica, quase todos tendo como prováveis autores as mesmas pessoas indiciadas na operação deflagrada no ano passado. São alvos o prefeito de Catarina, Thiago Paes de Andrade Rodrigues (Dr. Thiago), e o irmão dele, Jefferson Paes de Andrade Rodrigues, ex-prefeito entre 2004 a 2012. Segundo o MPCE, eles comandariam “esquema criminoso em que direcionavam para as mesmas empresas todas as grandes licitações no âmbito da Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo do Município de Catarina”.

Os dois irmãos já tinham sido alvos de operação do Ministério Público, em 2022, por crimes semelhantes. Na ocasião, o atual prefeito foi afastado.

Os trabalhos tiveram como objetivo o cumprimentos de 12 mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar, nas cidades de Catarina, Fortaleza, Aquiraz, Crato, Iguatu e Mauriti. A Justiça autorizou, também, a quebra dos sigilos bancários e fiscais das empresas e gestores investigados. A ação contou com o apoio de promotores de Justiça e da Polícia Civil, por meio do Departamento Técnico Operacional (DTO).

INVESTIGADOS

No suposto esquema, os gestores também utilizariam servidores da Prefeitura para a execução dos serviços contratados, além de utilizar máquinas locadas pelo ente público em obras e serviços de responsabilidade das empresas, fato que guarda semelhança com o objeto da Operação Tártaro, deflagrada em fevereiro de 2022, no mesmo Município, que resultou no afastamento do prefeito por 180 dias, além de os secretários Raimundo Antônio Andrade e Francisco Marlos Nogueira Mendonça também terem sido afastados.

A operação deflagrada recebeu o nome de “Simulate”, do latim, que significa “ter semelhança, copiar, ter o mesmo aspecto”, vez que, após ajustes com os agentes públicos, os empresários participam de licitações, celebram os respectivos contratos e supostamente executam seus objetos sob um manto de aparente legalidade, mas, na verdade, existem muitos indícios da existência de simulações.