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1 de novembro de 2024

Pré-campanha do PT está focada na segurança de Lula

07.05.2022 - Lula lança sua pré-candidatura em São Paulo, tendo o ex-governador Geraldo Alckmin como vice. Foto: Ricardo Stuckert

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Fala é do conselheiro da pré-campanha, Wellington Dias, que conversou ontem com o OPINIÃO CE. Petista disse também que rejeição a Lula cairá e que PT não tem intenção de modular discurso do ex-presidente

Kelly Hekally
De Brasília
kelly.hekally@opiniaoce.com.br

Ex-presidente Lula (PT) lançou sua campanha no último sábado, 7 (Foto: Reprodução/Flickr Lula/Ricardo Stuckert)

A pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República vai focar, além das pautas nacionais, na segurança do petista, pelo receio que o partido possui de que algum atentado ocorra contra Lula, afirma o conselheiro nacional da pré-campanha, Wellington Dias (PT).

O ex-governador do Piauí conversou neste domingo, 8, com o OPINIÃO CE por ligação sobre a atual fase da sigla na corrida pelo Palácio do Planalto. Também pré-candidato ao Senado Federal nas Eleições 2022, Dias pontuou que há receio pelas evidências que existem de relações da família do presidente Jair Bolsonaro (PL) com milícias e pela gestão do Governo Federal apresentar um discurso de intolerâncias com as divergências, “à base de ódio.”

”É necessário garantir um processo democrático, equilibrado e, inclusive, a segurança física de Lula, sem os espectaculos a que estamos assistindo.” Na última sexta-feira, 6, o carro em que o ex-presidente estava em São Paulo foi cercado por apoiadores de Bolsonaro, que fizeram atos de protestos.

“A cada viagem, é preciso olhar ônibus, outros veículos, aeronaves, segurança. Estamos lidando com gente do mal. Adversário não é inimigo, mas infelizmente estamos vivendo tempos difíceis.” A pré-campanha viaja nesta segunda-feira, 9, a Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do Brasil.

Há previsões de que Lula também vá nos próximos dias ao Rio Grande do Sul e a Santa Catarina. Ao Ceará, diz o conselheiro, a agenda está programada para o próximo mês, quando compromissos serão cumpridos pelo Nordeste. Centro-Oeste, Norte e Sudeste estão no cronograma da pré-campanha.

PAUTAS NACIONAIS E REJEIÇÃO A LULA
Para a pré-campanha, Dias explica que serão exploradas pautas de convergência entre o viés social e a área econômica, segundo o petista do Piauí “impossíveis de não andarem juntas.” Questionado sobre como o partido analisa a rejeição a Lula, que está na margem de 40%, conforme pesquisa Ipespe publicada na última sexta, e como o PT vai trabalhar para que a taxa seja reduzida, o ex-governador aponta que a tendência a partir de agora é de que haja gradualmente diminuição.

“Quem imaginava que o maior líder do Mundo teria a força que apresenta ter depois de passar de 580 dia preso? Diante da proposta de que Lula reconhecesse apenas um crime para ficar em liberdade domiciliar, houve recusa para todas. Foram vários julgamentos: no STF [Supremo Tribunal Federal], STJ [Superior Tribunal de Justiça, outras instâncias do Judiciário e agora na ONU [Organização das Nações Unidas], o que demonstra o completo uso do Judiciário para condená-lo.”

Ainda para Dias, “cada vez mais, muita gente que não tem esse conjunto de informações vai se convencer da inocência de Lula e votar nele […] A rejeição ao presidente Lula já foi bem maior. Vai cair.” No último sábado, 7, Lula realizou um discurso lido, de aproximadamente 45 minutos, no lançamento de sua pré-campanha.

A reportagem perguntou ao conselheiro se o partido preferiu um pronunciamento mais focado em números ou se o script foi uma orientação da pré-campanha, em razão das críticas feitas a frases, nos últimos dias, de Lula, como na semana passada, quando se referiu a Arthur Lira (PP-AL) como “imperador do Japão.”

Dias respondeu que o partido não tem intenção de modular o discurso do ex-presidente, “uma pessoa espontânea”, e que no sábado era necessário “um discurso de perfil estadista.” O pré-candidato ao Senado acrescentou que um dos momentos mais impactantes foi o pronunciamento do vice da chapa, Geraldo Alckmin (PSB). “Foi um discurso muito belo, focado nos interesses da população e na economia.”

 

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