O Porto do Pecém foi o primeiro do País a utilizar uma embarcação autônoma – sem tripulação – para realizar um levantamento hidrográfico com objetivo de atualizar a Carta Náutica e realizar um estudo de sísmica rasa. O levantamento, conforme explicou o Porto, permite um maior conhecimento do solo marinho. O resultado foi aprovado neste mês de janeiro pelo Centro de Hidrografia da Marinha (CHM).
Conforme o engenheiro responsável pelo projeto que atualização da Carta Náutica, Felipe Guimarães, o uso de embarcações tipo USV (embarcação que atua de forma autônoma) é inovador no mundo e possui um “grande potencial” por sua eficiência operacional. “Isso resulta em uma coleta de dados mais produtiva, pois as missões podem ser realizadas de forma contínua, 24 horas por dia, sem interrupções para descanso ou troca de tripulação”, disse.
“Além disso, a ausência de tripulação a bordo elimina os riscos associados à exposição humana a condições adversas, como tempestades ou ambientes hostis. Isso contribui para um ambiente de trabalho mais seguro, reduzindo a probabilidade de acidentes e melhorando a segurança das operações”.
Outra vantagem, de acordo com o engenheiro, é a coleta de dados em tempo real, o que permite que as informações sejam transmitidas instantaneamente para centros de controle em terra. “Isso proporciona uma tomada de decisão mais rápida e eficaz, permitindo ajustes imediatos nas operações com base nos dados em tempo real”, finalizou Felipe Guimarães.
Segundo Fábio Abreu, diretor de engenharia do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), a aprovação do CHM “atesta a qualidade do serviço”. “[O serviço] foi executado nos padrões mais rigorosos da Marinha, colocando o Pecém, mais uma vez, na vanguarda da inovação do setor portuário”, destacou. Além da área interna, o levantamento cobriu a rota proposta para um canal de acesso para embarcações de grande porte, a área de fundeio dos petroleiros e futuras áreas de expansão do Porto do Pecém.