Izolda Cela fez o único pedido em sete anos e três meses de gestão a Camilo Santana: o de que a ex-primeira-dama fosse o nome forte da área social do Ceará
Roberto Moreira
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O governador Camilo Santana (PT) organizava agenda de inaugurações e de assinatura de ordens de serviço a uma semana de deixar o cargo quando Izolda Cela o interrompeu e lhe fez o único pedido em sete anos e três meses de gestão e faltando seis dias para desincompatibilizações de secretários e deputados. Izolda pediu a exoneração da secretária Socorro França.
Camilo ouviu a explicação da, à época, vice-governadora, que estava há uma semana de assumir seu posto. O susto veio, mesmo após Camilo concordar: Izolda comunicou que tinha conversado com Onélia Santana para ocupar a função de Socorro França, mas ela teria dito que aceitaria, embora sem antes conversar com o marido.
Izolda já tinha avisado a pessoas ligadas a ela, um mês antes, de que pretendia nomear Onélia não só secretária da área social, mas coordenadora de todos os programas sociais do seu governo. No encontro Regional do PDT, em Paracuru, perguntei a então vice-governadora sobre o convite e ela respondeu sorrindo: “Conversamos lá na frente”. Mas, não negou.
No Teatro São José, onde ela colocou a Medalha Iracema no ex-governador Camilo Santana, voltei a perguntar e a governadora foi incisiva: “Será uma honra ter Onélia no meu governo.” O ambiente no teatro era de festa e confraternização. Onélia Santana, que estava presente ao evento onde o marido era homenageado, foi surpreendida com a minha pergunta sobre a sua posse como secretária da Proteção Social, Justiça, Mulheres e Direitos Humanos (SPS).
“Olá, Roberto Moreira, quanto tempo amigo. Vou te responder depois com exclusividade, com detalhes, prometo”, respondeu, sem confirmar, e foi para perto do ex-governador. Sua assessora disse: “Você já escreveu, várias vezes, que ela foi convidada e será a secretária de Proteção Social.
Na manhã de quarta-feira, 13, o chefe da Casa de Civil, Chagas Vieira, soltou uma nota, anunciando que Onélia Santana “foi convidada e aceitou assumir a Secretaria de Proteção Social, Justiça , Direitos Humanos.”
Em todas as oportunidades das quais participou de eventos onde Onélia Santana esteve presente, a governadora Izolda Cela sempre ressaltou o trabalho da primeira-dama e, na sua posse no Abolição, foi enfática: “O futuro vai conhecer os grandes resultados da política social desenvolvida por essa grande mulher, Onélia Santana, dedicada, preparada e determinada.” Izolda só faltou complementar que Onélia seria sua principal assessora na área social do governo.
SOCORRO E CHAGAS
A procuradora de Justiça aposentada, Socorro França, é uma estrategista. Ela não deixou o cargo para se candidatar à deputada. Seguirá no governo, só que mais adiante. Optou por se dedicar à campanha da sua filha, a promotora Joseana França Pinto, ao cargo de desembargadora.
Joseana será a mais votada na eleição de terça-feira, 19. Outra mulher do Ministério Público também será eleita. Os candidatos mais fortes do sexo masculino decidiram sair da disputa, abrindo espaço para a vitória da promotora Joseana e da procuradora Ângela Gondim. A votação ocorre na terça-feira, em duas listas. Izolda fará a nomeação.
O secretário da Casa Civil, Chagas Vieira, tinha limpado as gavetas para deixar o governo e o Abolição, ao lado de Camilo e Onélia. Foi chamado pela governadora, no mesmo dia em que ela ajustou a presença de Onélia no governo, em conversa com Camilo. Izolda pediu para que Chagas ficasse.
Ele é o homem certo para a missão de apoio à gestão de Izolda e ao difícil trabalho de Onélia, cuidando de toda área social. Foi cirúrgico o ato de escolher Chagas Vieira para seguir no governo. Conciliador e competente, agrega e será importante facilitador.