Voltar ao topo

18 de abril de 2025

Por que Ciro não falou o nome de Lula?

Compartilhar:

O fato de o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) não ter citado o nome de Lula, ao manifestar submissão à decisão partidária de apoio ao petista, despertou especulações nas redes sociais. Polêmica natural. Uma das hipóteses mais fortes é a de que Ciro tentou se posicionar não só criticamente a Lula, mas também aos pedetistas. Seria um troco à forma fria com que parte dos trabalhistas, sobretudo históricos, tratou a candidatura dele. Poderia também ser o que se chama de “apito de cachorro”.

Um atento observador da política, ativo nos movimentos de esquerda, chama atenção para isso. Diz ele que seria algo para ser ouvido e compreendido apenas por um público restrito – no caso, influenciadores ligados à campanha de Ciro Gomes. Um jeito de avisar a aliados influenciadores que não façam campanha por Lula. Ou, se se pronunciarem, que seja em oposição ao petista.

Escolheu o lado
Ganha força a tese de que Ciro ambiciona ser líder da oposição num eventual novo governo de Lula. Ao se apropriar da retórica bolsonarista, estaria apostando no esvaziamento do atual presidente e de olho em ocupar lacunas no campo conservador. O fato é que Ciro, desde as fraldas políticas, nunca se afastou da direita.

Traje
Ciro Gomes até que tentou nos últimos anos assumir o figurino progressista. Aninhou-se primeiro no PSB e, depois, ao PDT – com passagem pelo Pros, de inspiração conservadora. Mas a participação no gabinete de Lula, no Ministério da Integração (2003-06), resultou para ele mais rancores do que bagagem.

Freud explica. Ou não
Diante de qualquer explicação que seja, é indispensável reconhecer a necessidade de se analisar a fala de Ciro e o caráter ressentido que imprimiu à política.

Fator Izolda
Especialistas em política atribuem a Izolda Cela influência decisiva na eleição de nove mulheres para compor a Assembleia Legislativa a partir de janeiro de 2023. O desempenho da governadora teria sido o motor para mudar, positivamente, posturas sociais – um avanço e tanto contra a misoginia frequente no meio conservador. A bancada feminina será de 19,5% da AL. Hoje, é de 10,8%.

Na medida
Do presidente da Assembleia do Ceará, deputado Evandro Leitão (PDT), sobre ataque de Bolsonaro aos nordestinos: “O atual presidente da República desconhece o Nordeste. O Ceará é referência nacional no combate ao analfabetismo e por uma série de políticas que fortalecem o ensino de qualidade para todos”.

Finalizando
Izolda Cela também não deixou barato: “O presidente, que deveria cuidar de todos os brasileiros e todas as brasileiras, destila preconceito e xenofobia contra o povo nordestino”. E encerrou observando que Bolsonaro “não tem o mínimo conhecimento”.

[ Mais notícias ]