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15 de outubro de 2024

Política, Música e Entretenimento

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Sábado, dia 04 de junho, lá estava eu mais uma vez, no sétimo Encontro Regional do PSD na cidade de Jaguaribe. Jaguaribe também é o nome do rio que banha a cidade, mas a etimologia da palavra, Jaguaribe gera controvérsia entre os pesquisadores, para uns significa, “abundância de onça”, “jaguar”, “rio da onça” e para outros “terra da onça”. Ao chegarmos, encontro um auditório de uma escola pública lotada. Como sempre, lá estavam prefeitos, ex-prefeitos, deputados estaduais, vereadores e o presidente local do partido, Domingos Filho dando voz a todos os pré-candidatos como eu.

Chamou-me atenção, os pré-candidatos Geraldo Amâncio (um dos maiores cantores-repentistas da atualidade) e Tião Simpatia que deram um show ao final do encontro. O casal de ciganos, pré-candidatos, Rogério e Kassandra deixaram-me curioso. Quando criança, nunca esqueço daquela imagem, os ciganos chegando na fazenda, Mutuca do meu avô, ali no Aracati. No final do evento, me apresentei e perguntei ao Rogério, se sabia da origem cigana do cantor, compositor e pianista Benito Di Paula e do reconhecido pianista e compositor Wagner Tiso. Não só sabia, mas deu uma aula quando perguntei sobre a localidade do Brasil que havia mais ciganos.

Disse-me que, além dos já citados, também tinham origem cigana: Cecília Meirelles, Castro Alves e Juscelino Kubitschek de Oliveira. Honestamente, eu sabia que o sobrenome Kubitschek tinha origem da antiga Tchecoslováquia, mas não de sua origem cigana e, tão pouco sabia que Caicó era a cidade de maior população de ciganos do Brasil. Retornando à Fortaleza, no trajeto entre Jaguaribe e Morada Nova, tivemos uma experiência cultural maravilhosa. O amigo Edinho (músico e técnico de estúdio), acompanhando a sua esposa, Rosa Moura, também pré-candidata, conversava comigo sobre os efeitos devastadores da pandemia para os músicos, especialmente, os que tocavam na noite.

Falou-me da tristeza de músicos que venderam seus instrumentos para comprarem comida, da perda de valor dos cachês e de muitos músicos amigos que deixaram a profissão para sobreviverem em outros ofícios. Falou-me também da falta de identidade das festas de São João que agora convidam mais cantores sertanejos e não bandas de forró. Inclusive, relatou-me que a cidade de Itaúnas, no Espírito Santo, realiza todo ano o Festival Nacional do Forró e que a cidade respira Forró. Dessa maneira, não sabia! Então, o Geraldo Amâncio entra na conversa, pede para fazer algumas declamações de causos e de poesias.

Fiquei emocionado. Da alegria, ao desânimo e tristeza, quando alguém comentou sobre o caso Gusttavo Lima e Anitta. Fiquei espantado ao ler: “Cidade de 17 mil habitantes em MG contrata show de Gusttavo Lima por R$ 1,2 milhão”. A prefeitura também contratou outros artistas para o evento em junho, como Bruno e Marrone e Israel e Rodolffo. Contratos disponíveis no portal do executivo ultrapassam a cifra de R$ 2,3 milhões”.

Pois então, a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, uma pequena cidadezinha de Minas Gerais fez isso, e o evento ainda acontecerá. Na verdade, o assunto foi retomado depois de um ano, quando o cantor sertanejo Zé Neto disparou em um show na cidade de Sorriso críticas à tatuagem íntima da cantora Anitta e a Lei Rouanet. Mas, o dito cantor recebeu verba pública – um cachê de R$ 400 mil da referida prefeitura. Como reação, a cantora relatou que havia recebido propostas de desvio de verba em seus shows, o que foi determinante para a abertura da CPI do sertanejo. Pois é, Geraldo, Tião e Edinho não apenas vocês, mas, o filósofo, sociólogo, musicólogo e crítico musical alemão, Theodor Adorno também não ficaria nada satisfeito com a indústria da música.

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