Quem passa por ruas e avenidas da Capital em busca de alugar ou comprar um imóvel, tem a sensação de que existem muito mais placas de venda do que de locação.
No entanto, a dinâmica para o tipo de busca tem um objetivo final bem diferente e isso não quer dizer que há menos imóveis para a lugar. Especialistas em mercado imobiliário ouvidos pelo OPINIÃO CE explicam os principais pontos.
Elihu Lira, corretor de imóveis de alto padrão no Ceará há 13 anos, explica que morar é uma necessidade básica, diferente de comprar. Segundo o corretor, por mais que uma pessoa não queira ou possa comprar, ela necessariamente precisará pelo menos alugar.
“Eu diria que os dois mercados estão bem aquecidos, mas cada um tem seu público. Fatores como taxa de juros bancários, oferta, valor de venda/locação, desempenho do mercado financeiro, afetam diretamente essa relação compra x aluguel”, avalia.
Ainda conforme Lira, com a baixa da Selic em 2020, adentrando em uma parte de 2021, muitas pessoas passaram a investir em imóveis por conta do baixo retorno dos investimentos atrelados à taxa.
No entanto, em 2022, “com a Selic 13,25% ao ano, sendo a décima primeira alta consecutiva, muitos investidores preferem aplicar o dinheiro no mercado financeiro a comprar imóveis. Eu diria que 2020/2021 foram anos melhores para compra e 2022 melhor para aluguel”, ressalta o corretor.
Em relação à quantidade de placas espalhadas pela Cidade, o especialista explica que o mercado de aluguel é mais dinâmico e mais rápido. “A placa deixou de ser utilizada por grande das empresas. Na compra e venda também, mas ainda existe algumas imobiliárias que usam. As empresas se desenvolveram muito nesse aspecto nos últimos anos, tem aplicativo e tem site.”
Para o vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Rodrigo Costa, o efeito é inverso: o gestor defende que a locação residencial não é um bom investimento.
“Existe uma rentabilidade de 0,3% a 0,4%. Por isso que, há anos, existem muito mais venda do que locação. Tanto em 2022 quanto em 2021, mesmo com a locação em alta. No entanto, a venda é mais alta. A relação com o mercado imobiliário e consumidor está dentro da lei da oferta e da procura. Mesmo assim, o imóvel não é um investimento mais rentável, porém é um dos mais seguros”, ressalta.
SONHO E NECESSIDADE
Sócio-diretor da Mega Imóveis, Walmar Costa pontua que os dois segmentos – venda e locação – possuem grande procura. Cada um com suas especificações.
“A locação de imóveis é considerada um serviço de necessidade indispensável enquanto a compra só acontece a partir de uma tomada de decisão que depende de uma série de fatores, que vão desde a percepção do momento ideal na vida profissional e pessoal até a condição favorável do mercado”.
Segundo o sócio-diretor, as vendas representam 10,4% dos números de negócios fechados na empresa no primeiro período de 2022, enquanto o número de locações representa 89,6%.
“A compra do imóvel ainda é considerado o maior sonho e meta de vida da maioria da população no Brasil, assim como também é classificado com um investimento que favorece grande rentabilidade, que pode ser originário do aluguel, que conta com potencial de valorização garantido e proporciona um ativo mensal fixo ao proprietário, e até mesmo da venda do imóvel, que também exemplifica um dos motivos da decisão de vender, assim como a necessidade de mudança para uma casa ou apartamento maior ou menor ou em outro endereço”, acrescenta Costa.