A Polícia Federal (PF) iniciou na manhã de hoje, 7, em Fortaleza, a operação policial BETUME, cujo objetivo é interromper o armazenamento, compartilhamento e produção de arquivos de abusos sexuais de crianças e adolescentes na Internet. A operação recebeu esse nome por causa do betume da Judéia, material utilizado para registrar e fixar permanentemente uma fotografia em uma superfície sólida, que foi utilizado pela primeira vez em 1826.
Um Mandado de Busca e Apreensão expedido pela 32ª Vara da Justiça Federal, foi cumprido por seis policiais federais em um domicílio investigado na cidade de Fortaleza. A busca visa, além de interromper as práticas ilícitas já citadas, apreender celulares, documentos e outras mídias para Inquérito Policial, com o objetivo de detalhar a atuação do suspeito, que se trata de um fotógrafo com atuação no público infantil.
As investigações se iniciaram em 2021, a partir do relatório recebido do NCMEC (National Center for Missing and Exploited Children), que é uma organização não governamental que operacionaliza, com apoio do governo americano, uma ferramenta centralizada no recebimento de denúncias sobre crimes relacionados a abuso sexual infantil e desaparecimento de crianças, vindas especialmente de empresas de tecnologia. No relatório, foi verificada a existência de diversos arquivos com imagens que ferem a dignidade e o desenvolvimento sexual de menores.
O investigado poderá responder pelos crimes previstos nos artigos 241-A e 241-B da Lei nº 8.096/90 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com penas que podem chegar a até seis anos de prisão, sem prejuízo da descoberta de outros crimes mais graves praticados em detrimento de vulneráveis que venham a ser descobertos no decorrer do trabalho. A PF informou que as investigações ainda estão acontecendo com análise do material apreendido.