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28 de abril de 2025

Pesquisadores da UFC usam mel de abelha para tentar acelerar a cicatrização de feridas em diabéticos

O mel a ser utilizado é de uma espécie comum na caatinga cearense, encontrada no município de Apuiarés, no Vale do Curu
Foto: Paloma Eleutério Bezerra/UFC

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Pesquisadores do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC) vão usar mel de abelha para buscar novos tratamentos a feridas causadas por diabetes e úlceras venosas. A pesquisa é feita em parceria do Núcleo de Pesquisas e Inovações Tecnológicas em Reabilitação Humana (Inovafisio) com professores do Setor de Abelhas do Departamento de Zootecnia da Universidade.

O mel pesquisado é produzido pelos meliponíneos, que são as abelhas sem ferrão. Mais de 300 espécies fazem parte desta categoria do animal, muitas delas características da caatinga nordestina. No Ceará, a abelha jandaíra tem destaque. Seu mel, aplicado sobre feridas e infecções bacterianas, é utilizado de forma medicinal pela população. O grupo dos pesquisadores visitou uma fazenda produtora de mel em Apuiarés, no Vale do Curu, para conhecer como ocorre o processo de produção e para firmar parceria com os produtores locais.

Em casos mais graves, quando as feridas de pacientes diabéticos resultam em infecções, há a necessidade de amputar o membro. Liderada pelo professor Carlos Tatmatsu, a equipe do Inovafisio vem pesquisando como acelerar a cicatrização dessas feridas. Em 2020, a partir de um edital do Programa de Pesquisas para o Sistema Único de Saúde (PPSUS), os pesquisadores desenvolveram um aparelho capaz de acelerar a cicatrização das feridas usando luz de LED. Também chegaram a desenvolver uma biomembrana de látex que acelera o processo.

“Estamos criando um leque de opções para tratamento das feridas provocadas pela diabetes. O equipamento com LED poderia ser usado nos postos de saúde, ao passo que as biomembranas, em casa”, explica Tatmatsu.

Para o Prof. Carlos Tatmatsu, há uma dupla expectativa sobre a pesquisa. Do ponto de vista da saúde, que os novos tratamentos melhorem a cicatrização e, consequentemente, a qualidade de vida da população diabética, oferecendo um produto de baixo custo e de fácil acesso. Ao mesmo tempo, o professor espera que o uso do mel das abelhas sem ferrão tenha um impacto social. “Essa iniciativa busca um modelo autossustentável já que além de trabalhar com mel produzido pela agricultura familiar, gera renda local e usa produtos produzidos na nossa região”, avalia.

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