Tecnologia recente que gera a combustão da gasolina sem necessidade de uma fagulha, obtendo eficiência energética semelhante à do diesel, motores HCCI são uma tecnologia recente. Para o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), André Bueno, que participa da equipe que desenvolve o estudo, o desafio é aplicar a tecnologia, pela primeira vez, em um motor a etanol, o que trará um ganho extra por se tratar de um combustível menos poluente.
O projeto do motor HCCI a etanol está sendo desenvolvido com participação da UFC e sob coordenação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná para as empresas Renault e Magneti Marelli, dentro do programa Rota 2030. Os pesquisadores já realizaram simulações em computador, com resultados promissores, e se preparam agora para aplicar os primeiros testes em bancada. O programa federal estimula inovações para o setor automotivo nacional. O projeto terá duração de três anos e envolve investimentos de R$ 4,5 milhões.
Segundo o Prof. André Bueno, a eficiência dos motores a gasolina vai até 28%. Já a dos veículos a etanol gira em torno de 33%, enquanto a dos veículos a diesel chega a 44%. Os motores elétricos têm uma relação inversa: a eficiência desse tipo de máquina é de 85%.
Meio Ambiente
O segundo grave problema, segundo os pesquisadores, diz respeito ao meio ambiente: os motores a combustão (incluindo os de aeronaves) são responsáveis por cerca de 20% das emissões globais de CO2, gás que é o principal responsável pelo aquecimento global. Também liberam gases tóxicos para o ser humano, como o SO2, H2S e, especialmente, os óxidos nítricos (NOX) que, nas grandes cidades, têm impacto direto na qualidade do ar.
Por isso, mais de uma dezena de países já anunciou datas para eliminar a produção de veículos com motores a combustão. A Noruega fala em impedir a circulação dos veículos com esse tipo de motor já em 2025; Cingapura, em 2030; Canadá, em 2035; e Espanha, 2040. A Organização das Nações Unidas tem orientado que os países desenvolvidos interrompam a produção dos motores a combustão interna em 2035.
Com informações da Agência UFC.