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6 de novembro de 2024

Pequenos grandes

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Foto: SDA

A caprinocultura, atividade tradicional no Nordeste, se tornou um grande negócio. Os pequenos animais têm potencial produtivo gigantesco. A adaptabilidade às condições climáticas impostas pelo semiárido é a base do sucesso. As cabras têm DNA sertanejo, marcado pela resistência a altas temperaturas e irregularidade hídrica. São como soldados que lutam no campo de batalha e encaram os inimigos com uma força invejável.

Todo esse potencial despertou interesse de pequenos, médios e grandes produtores que passaram a investir nas criações e a buscar aquilo que a tecnologia rural tinha a oferecer, o que acabou fazendo a atividade ganhar destaque, mesmo durante a pandemia.

O diferencial democrático da caprinocultura é a possibilidade de êxito com poucos animais. É uma atividade que se enquadra no perfil do produtor familiar, que dispõe de pequenas propriedades, poucos recursos e precisa multiplicar resultados.

Em Iguatu, no Centro Sul, há criadores que utilizam o quintal de casa. Nesse perfil se encaixa o maior produtor de leite do município. Uma só cabra pode chegar a produzir até 7L, que tem valor de mercado bem superior ao do leite de vaca. Iguatu, que tem 30 criadores, produziu nos últimos 2 meses 4.500L de leite. O litro chega a ser vendido por até R$6. O escoamento é garantido por programas de incentivo do governo do Estado. A maior parte da produção vai para uma usina de beneficiamento no município de Tauá, nos Inhamuns.

E a cadeia produtiva enxergou outros potenciais no animal. Além do leite, da carne e do queijo, já tradicionais na pauta alimentar, tem a pele que se transforma em matéria-prima para roupas, calçados e acessórios.
Em todo o Centro Sul são cerca de 120 produtores, que agora contam com uma estrutura de gestão pública integrada. A caprinocultura chamou atenção também de agentes financeiros. Foi lançado na região, pelo Banco do Nordeste, o Programa de Desenvolvimento Territorial – Prodeter, que abriu uma frente de custeio para a ovinocaprinocultura em Jucás, Cedro, Iguatu e Quixelô.

Exergar uma atividade raiz dentro de uma perspectiva de negócio rural com espaço para os pequenos produtores é um avanço incrível. Ter uma cabra leiteira não é mais política assistencial, é possibilidade de fazer dinheiro no quintal de casa.

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