O deputado federal cearense Pedro Bezerra se filiou, nesta sexta-feira, 1º, ao PDT Ceará, em evento realizado na Assembleia Legislativa do Estado. Pedro participou do momento de forma virtual. Ainda em 2021, o pai do parlamentar, o ex-prefeito de Juazeiro do Norte, Arnon Bezerra, já havia se filiou ao PDT de Cid e Ciro Gomes após deixar o PTB – partido ao qual Pedro Bezerra também era filiado. O objetivo do parlamentar é tentar a reeleição para a Câmara Federal, mas é alvo de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que poderá o impedir de disputar o pleito.
Com o novo quadro, o PDT confirma a maior bancada cearense no Legislativo nacional na atual legislatura, indo a 7 nomes. Antes de fechar com o PDT, Pedro Bezerra também era especulado no PSD.
Bancada cearense do PDT na Câmara Federal:
- André Figueiredo
- Eduardo Bismarck
- Idilvan Alencar
- Leônicas Cristino
- Robério Monteiro
- Mauro Filho
- Pedro Bezerra
Imbróglio
Mesmo com a filiação ao novo partido, o deputado poderá não concorrer às eleições de outubro próximo. O parlamentar é investigado em uma ação do TSE por suposto uso da máquina pública em Juazeiro do Norte, no Cariri, na campanha eleitoral de 2018. Na ocasião, o pai do candidato, Arnon Bezerra, era prefeito da cidade. Publicamente, Pedro Bezerra nega as acusações. A reportagem tentou contato com o parlamentar, mas não houve retorno.
O julgamento do deputado federal foi retirado da pauta do TSE em março último após pedido de vista do ministro Carlos Horbach. A análise ocorria no plenário virtual quando foi suspenso para que o magistrado pudesse analisar o recurso apresentado pela defesa do parlamentar. Não há data para retomada do julgamento, já que o ministro usa o tempo que achar necessário para elaboração do voto-vista, segundo o órgão do Judiciário. A reportagem consultou o processo no site oficial do TSE na tarde desta sexta-feira, 1º, e não verificou atualizações.
Na ação, Pedro Bezerra foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) por suposto uso da máquina pública. Conforme o processo, o deputado teria se utilizado de bens públicos para promover reuniões políticas. A acusação também aponta que o então candidato foi favorecido pelo uso de servidores públicos durante a campanha na qual conseguiu a eleição para a Câmara Federal. No fim de 2020, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará decidiu pela cassação do mandato do deputado. Posteriormente, em junho do último ano, o ministro e relator do caso no TSE, Alexandre de Moraes, manteve de forma monocrática a decisão após manifestação contrária do Ministério Público Eleitoral.
A defesa de Pedro Bezerra recorreu ao plenário, porém, a situação não avançou desde então.