O PDT, agremiação do presidenciávelde Ciro Gomes, apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). A sigla pede que o mandatário e candidato à reeleição se torne inelegível por oito anos já a partir destas eleições após a conduta no 7 de Setembro, celebrado nesta quarta-feira. Na ação, o partido argumento que houve abuso de poder político e econômico por parte do governante. Walter Braga Netto, candidato a vice de Bolsonaro, também é alvo.
De acordo com o documento, o presidente da República realizou “atos de campanha durante o desfile cívico comemorativo do bicentenário da Independência do Brasil”. O evento, que contou com recursos públicos, “foi desvirtuado apenas para satisfazer os interesses da campanha eleitoral dos Investigados, sem ao menos voltar-se aos fins a que se destinava”, argumenta o PDT. Logo após o evento, o próprio Ciro criticou a conduta de Bolsonaro.
“Hoje assistimos um espetáculo de vulgaridade e de uso despudorado do dinheiro do povo para fazer um comício envolvendo todas as estruturas, inclusive da opinião pública internacional. Isso é uma vergonha!”, destacou.
No feriado desta quarta-feira, Bolsonaro subiu em um trio elétrico para fazer discurso em tom eleitoral aos apoiadores, logo após o desfile cívico-militar. O mandatário se referiu ao PT como o “mal que perdurou por quase 14 anos” e “agora deseja voltar”. Aos apoiadores, falou também sobre a pauta conservadora e da corrupção de adversários. Finalmente, o governante apontou que, em 2 de outubro, a vontade do povo se fará presente, quando será realizado o primeiro turno das eleições.
“Além do uso da estrutura do evento (palanque, veiculação através da TV BRASIL), que foi custeado com o Erário, o primeiro Investigado cumprimentou pessoas, posou para fotos com aliados e, em discurso realizado de cima de um trio elétrico, conclamou apoiadores a votarem nele no primeiro turno e convencer aqueles que pensam ‘diferente de nós'”, argumentou o PDT na ação.
O ministro Benedito Gonçalves será o relator da ação. Ele tomou posse nesta quinta-feira, 8, como corregedor-geral de Justiça.