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23 de março de 2025

PDT oficializa nome de Roberto Cláudio na disputa pelo Governo do Ceará

Participaram do encontro o presidenciável Ciro Gomes, o deputado André Figueiredo, presidente estadual do PDT, Sarto Nogueira, Élcio Batista e Carlos Lupi, entre outros nomes

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Ingrid Campos
ingrid.campos@opiniaoce.com.br

O PDT Ceará realizou entre a manhã e a tarde deste domingo, 24, sua convenção partidária para oficializar a chapa ao governo do Estado e as candidaturas ao Legislativo. Roberto Cláudio (PDT) e Domingos Filho (PSD) unem, em uma só candidatura, os dois maiores grupos políticos do Ceará para disputar a vaga.

Participaram do encontro o presidenciável Ciro Gomes (PDT); o deputado André Figueiredo, presidente estadual do PDT; o prefeito Sarto Nogueira (PDT); o vice-prefeito Élcio Batista (PSB); e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

“Não será uma campanha fácil, e é assim que é bom. Quanto mais desafio, mais valor a gente dá à vitória”, declarou Roberto, na ocasião. Ele ainda disse que conversará com a governadora Izolda Cela (PDT), descartada da disputa pelo partido. “Já sinalizamos que, qualquer que seja o desfecho do PDT, ela estaria junta, conto muito com a participação dela”, completou.

Roberto Cláudio defendeu uma aliança que possa “proteger o Ceará da aventura que o fanatismo bolsonarismo representa, de culto à ignorância, do ódio, do desrespeito, da discriminação, da insensibilidade com os mais pobres”, referindo-se a Capitão Wagner (União Brasil), líder de intenção de votos até o momento e apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o ex-prefeito de Fortaleza, sua campanha focará nos eixos de geração de emprego e renda, com forte apelo na crise econômica intensificada no governo Bolsonaro e pela pandemia; de fortalecimento da rede de saúde pública, sobretudo diminuir as filas de exames, consultas e cirurgias; e de qualificação da educação cearense, com capacitação para o trabalho e aumento do acesso ao Ensino Superior.

Se eleitos, Domingos Filho volta ao cargo de vice-governador, que ocupou, pela primeira vez, na gestão de Cid Gomes (PDT), em 2011. Naquele mandato, o PSD iniciou um processo de rompimento com o PDT, relação que foi restabelecida anos depois. Apesar disso, ainda restam rusgas com figuras pedetistas, como o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT).

O gestor relembrou o rompimento em publicação recente nas suas redes sociais, às vésperas de o diretório estadual do PDT decidir quem encabeçaria a chapa. Para Roberto Cláudio, contudo, a relação entre os dois grupos partidários é harmoniosa.

“Tenho relação com o Domingos desde 2006. Fui eleito deputado estadual e ele era vice-presidente, foi um dos que me deu espaço. Então essa é uma relação antiga das famílias, mas agora com uma nova responsabilidade com o povo cearense.”

APROXIMAR ALIADOS
Em coletiva de imprensa que ocorreu após a convenção, Roberto Cláudio disse que o foco até o próximo dia 16, quando se inicia a campanha oficialmente no calendário da Justiça Eleitoral (JE), é dialogar com partidos para alinhar as alianças de outubro.

“Trabalharemos na ampliação da nossa base de aliados. Estamos conversando, hoje, com pelo menos mais oito partidos, e pretendemos, até o dia 5, construir uma aliança ampla, unida e que possa estar sintonizada com a vibração do coração do povo cearense”, afirmou.

André Figueiredo, presidente do PDT estadual, afirmou que o partido do senador Tasso Jereissati tem sinalizado que ficaria com o grupo governista, mas o parlamentar e Chiquinho Feitosa, presidente do PSDB Ceará, devem chegar a um encaminhamento sobre a questão até esta segunda-feira, 25. Tasso reuniu-se com candidatos ao Legislativo na sexta-feira, 22, para tratar sobre as eleições, mas ainda não deu indicativo de que rumo deve seguir.

O PSDB também dialoga com o PT, já que a suplência de Camilo Santana ao Senado foi prometida a Chiquinho – que também mantém laços com o grupo governista – ainda no semestre passado. Também na convenção, o tema PT voltou a ser abordado posteriormente, desta vez por Ciro Gomes (PDT), que desde o início da pré-campanha escolheu o PT e Lula para concentrar suas críticas.

“O Lula, como muitos cearenses gostam, lutou muito para o Ceará ficar nas mãos do Eunício Oliveira. Quase o Camilo perde as eleições. E eu fui para a luta. Tenho hoje 74 processos, nenhum por corrupção como o Eunício Oliveira”, disse. Ciro finalizou o discurso pedindo que “políticos importantes calcem a sandália da humildade” em nome da “união, responsabilidade e humildade”.

Antes do início da convenção, André Figueiredo comentou sobre a relação com Camilo Santana, que conduzia os diálogos na pré-campanha entre os dois partidos. Após o preterimento da atual governadora Izolda Cela – a primeira na história a chegar à titularidade do Palácio da Abolição – para um novo mandato em 2023, o PT anunciou rompimento com o PDT.

Figueiredo disse que ainda não descartou o apoio da legenda à ida de Camilo ao Senado, mas que ainda deve dialogar com o ex-governador. “Esperamos que possamos manter essa composição, mas caso não aconteça, teremos opções”, afirmou, destacando, ainda, que não quer a suplência do ex-governador, apenas manter a composição.

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