Em meio a ânimos estremecidos entre PDT e PT no Ceará, a direção do PDT convocou para esta segunda-feira, 11, reunião entre deputados estaduais e federais.
O encontro, que será na sede da sigla, no bairro Meireles, foi definido pelo presidente estadual do partido, deputado André Figueiredo e pelo pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, que coordena o critério de escolha do nome do partido para disputar o governo do Ceará em outubro.
A reunião, entre outras pautas, pode ser preparatória para o encontro do Diretório Estadual, mercado para a próxima segunda-feira, 18. A aliança entre ambas as siglas vive momento de turbulência, com declarações de um lado e de outro que dão a entender que este pode ser o fim de uma parceria que já dura cerca de 16 anos.
O PT se diz contrário à possibilidade de escolha do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), para encabeçar a chapa governista nas eleições de outubro deste ano.
Caso chegue a lançar candidatura própria, um dos nomes do PT fortes para a vaga é o do deputado estadual Elmano de Freitas, líder do partido na Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE) e que já foi candidato à Prefeitura de Fortaleza em 2012, tendo sido derrotado pelo ex-prefeito Roberto Cláudio, na ocasião, no PSB. O OPINIÃO CE tentou contato com Elmano, mas não houve retorno até o fechamento deste conteúdo.
O presidente do PT Ceará, Antonio Alves Filho [Conin], também foi contactado sobre lideranças cogitadas para uma eventual candidatura própria, mas não respondeu às perguntas. Anteriormente, figuras como a deputada federal Luizianne Lins, e os deputados federais José Airton Cirilo e José Guimarães chegaram a se colocar à disposição para eventual cabeça de chapa. A costura entre PT e PDT está partindo, sobretudo, do ex-governador Camilo Santana (PT).
CAMILO SANTANA E CIRO GOMES
Um dos momentos cruciais para entender o momento entre os dois maiores partidos do Ceará aconteceu na última semana. Em entrevista ao podcast Avesso que foi ao ar na quinta-feira, 7, Ciro Gomes (PDT) deu uma declaração afirmando não saber mais se o ex-governador Camilo Santana (PT) é, de fato, um aliado.
No dia seguinte, Camilo Santana respondeu indiretamente, ao sair em defesa do nome de Izolda Cela como candidata, que sempre buscou “ser justo e leal” na vida pública. Ainda no podcast, o pré-candidato ao Palácio do Planalto disse que o projeto político no Estado está ameaçado pelo deputado federal licenciado e principal nome da oposição, Capitão Wagner (União Brasil), mas também pela “irresponsabilidade” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as intenções de voto para presidente.
“O nosso projeto está ameaçado por uma coisa muito ruim, bolsonarista, um capitão (Wagner) que liderou um motim, e porque o Lula é tão irresponsável que está lá se acertando com o Eunício e já pegou o governador de lá (Camilo Santana), prometeu que vai ser ministro, que era nosso aliado, ou é nosso aliado, ainda não sei direito como é que vai desdobrar isso lá”, afirmou.
