O passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) já está em posse da Polícia Federal (PF). O ex-presidente da República é um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira (8) pela por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Segundo o advogado de defesa do ex-presidente, Fábio Wajngarten, a entrega ocorreu pouco antes do meio-dia. Em postagem publicada na rede social X, o defensor de Bolsonaro informa que o documento “já foi entregue para as autoridades competentes, antes das 12:00, em Brasília conforme determinação”.
“Na única vez que o presidente Bolsonaro saiu do Brasil, num passado próximo, a convite do governo eleito da Argentina, os advogados peticionaram ao Supremo consultando e comunicando”, ressaltou Fábio Wajngarten.
Tanto Bolsonaro como ministros e militares integrantes do governo dele foram alvos da operação. Eles são suspeitos de terem atuado na tentativa de golpe ocorrida no dia 8 de janeiro de 2023. Entre os investigados estão o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno Ribeiro Pereira; o ex-ministro da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto, e o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
A operação é deflagrada após o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, ter fechado acordo de colaboração premiada com investigadores da PF. O acordo foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) e recebeu a homologação do STF.
Na decisão do STF que autorizou a operação, o ministro Alexandre de Moraes afirma que Jair Bolsonaro teria colaborado para a preparação de uma minuta de decreto que tinha por objetivo viabilizar a execução de um golpe de Estado no País. O relatório cita também reuniões entre militares de alta patente, tanto da ativa como da reserva, na qual se debatia aspectos operacionais do golpe.
REUINIÃO
A minuta do golpe de Estado foi entregue ao ex-presidente em 2022 pelo então assessor da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, que está preso preventivamente, e pelo advogado Amauri Feres Saad, apontado como mentor intelectual do documento.
As investigações dos agentes da PF mostram que Bolsonaro teria pedido alterações no documento para tirar os nomes do ministro do STF Gilmar Mendes e do senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional. O trabalho dos policiais federais também apontam que Alexandre de Moraes foi monitorado pelos investigados, demonstrando que os atos relacionados à tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, estavam em execução.
Um dos eventos cruciais para as investigações, conforme aponta a PF, foi uma reunião convocada por Jair Bolsonaro com a alta cúpula do Governo Federal, em 5 de julho de 2022. No encontro, o então presidente teria cobrado aos presentes que se valessem dos cargos para disseminar informações falsas sobre supostas fraudes nas eleições.
Um vídeo com a gravação da reunião foi encontrado em um dos computadores do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, considerado braço-direito do então presidente.
Fonte: Agência Brasil.