A 22ª edição da Parada pela Diversidade Sexual do Ceará acontece neste domingo, 25, em Fortaleza. Com programação gratuita, o evento ocupa a Avenida Beira-Mar, na orla da capital cearense. Em 2023, o tema da Parada é “Vraaahh!!! Todes nas lutas por políticas públicas: por quem se foi, por quem está e por quem virá!”. Construída a partir de debates com movimentos LGBTQIA+ cearenses, a pauta reflete acerca da necessidade de implementação de programas e abordagens específicos voltados às diversas identidades de gênero e orientações sexuais da população LGBTQIA+.
Segundo Dary Bezerra, presidente do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), a entidade organizadora da Parada, as pessoas LGBTQIA+ possuem demandas que exigem abordagens mais humanizadas do poder público. “Não dá para olhar para uma travesti negra da mesma forma que se olha para uma mulher cisgênera branca. São realidades muito diferentes. É preciso promover equidade nos acessos e qualificar os serviços”, afirmou.
“Porque nós não queremos apenas estar vivas. Queremos dignidade! E qualidade de vida só se conquista com política pública especializada no que nós necessitamos”, completou Dary Bezerra.
Para Labelle Silva, diretora do Grab, as políticas públicas à população LGBTQIA+ abrangem temas como bullying na escola, políticas afirmativas para ingresso e permanência no ensino superior, empregabilidade, direito à moradia, dentre outros. “O corpo LGBTI+ tem tantas necessidades quanto qualquer outro. E essas necessidades precisam ser supridas“, disse. Conforme Dediane Souza, também diretora do Grab, está sendo pavimentado “o caminho para a garantia de promoção e proteção da cidadania das LGBTI+ do futuro”.
“É isso o que o Grab faz desde 1999, quando começou a promover a marcha: construir um futuro possível e no qual nós estejamos vivas, nas ruas e com dignidade”, finaliza.

‘DIREITO DE EXISTIR’
Em suas redes sociais, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), reafirmou que a Beira-Mar “vai se colorir contra o preconceito”. Conforme o gestor, o evento busca “reivindicar o direito de existir, de amar, de ter respeito, de acessar oportunidades de estudo e de trabalho e, assim, conquistar espaços. “A Prefeitura de Fortaleza preparou todo um plano operacional com ações de trânsito, transporte público, segurança, saúde e limpeza, para que o evento transcorra com tranquilidade minimizando eventuais transtornos”, reforça Sarto.
“Por meio do Centro de Referência Janaína Dutra, ao longo de todo o ano, o Município presta serviço de apoio à população LGBTQIA+ em situação de violência. Nossa equipe realiza escuta e oferece orientação técnica e de articulação com a Rede de Proteção. Além do suporte às vítimas, o Centro realiza ações educativas e presta assessoria para profissionais que atuam na área. Reconhecer a diversidade é uma construção diária e todo mundo é parte responsável na luta contra o preconceito”, apontou o prefeito.
TRANSPORTE
Durante este domingo, 25, a Capital conta com ônibus extras e tarifa social. Para facilitar o acesso do público, foi desenvolvida uma operação especial de mobilidade. O efetivo é composto por 80 agentes e operadores de tráfego da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). A atuação do órgão iniciou no sábado, 24, a partir das 23h, com a coibição de estacionamento na av. Beira-Mar no trecho compreendido entre as ruas Paula Barros e José Napoleão. Os trios elétricos presentes no evento seguem o contrafluxo da avenida, ou seja, no sentido Mucuripe/Dragão do Mar.