Oi pessoal, como estão?

Viemos hoje bater um papo com vocês sobre o chamado “paladar infantil”. Particularmente achamos esse termo bem peculiar, e talvez até errado, para expressar quando uma pessoa não come tudo ou come coisas básicas em uma alimentação. Tendo em vista que o paladar de uma criança é de fato o mais puro e menos contaminado possível; ele está ali, como uma folha em branco esperando para ser preenchido, nunca sofreu adaptações, nem traumas e muito menos foi poluído pela quantidade de processador, condimentos e conservantes que um adulto normalmente ingere.

Então usar o termo “paladar infantil” para um adulto que não consegue variar cores no prato, que não come frutas ou verduras, que não consome produtos diferentes e é extremamente resistente a novas experiências, é um tanto equivocado. Na primeira infância, como chamamos crianças até os 6 anos, a introdução alimentar é riquíssima em frutas, legumes, tubérculos, proteínas e carboidratos dos quais muitos adultos não consomem por “não gostar”, logo elas estão prontas para receber toda e qualquer influência no seu modo de se alimentar.

Adultos com o “paladar infantil” na verdade foram crianças pouco exploradas ou até mesmo, alimentadas de forma errada, tornando a alimentação apenas o motivo de não ter fome, sem toque no alimento, sem cheiro e sem a oportunidade de fazer escolhas. A autonomia desse adulto foi pouco desenvolvida.

Nessa altura do campeonato, nós cozinheiros, que temos como principal objetivo alimentar pessoas, o maior número delas, temos um papel de cientistas em um laboratório, testar, experimentar e tentar em algum momento reverter ou, pelo menos, transformar de forma básica e sucinta o paladar.

Um exemplo clássico: “odeio cebola, os pedaços me incomodam” – escutamos isso quase que como um boa tarde. Normalmente alguém não colocaria cebola na comida, se colocasse seria ralada para que sumisse, mas nós vamos desafiando esse paladar, cortes finos, bem pequenos e extremamente precisos podem ser aliados nessa missão, pois garantimos sabor, visual e textura sem o tal do incômodo. E assim, ao longo dos anos, vamos driblando esse rival da boa comida!

Você aí conhece alguém assim?
Conta pra gente e vamos tentar te socorrer! Risos!