Redação OPINIÃO CE
redacao@opiniaoce.com.br

Em cerca de uma semana, o número de casos da varíola de macacos aumentou cerca de 350% no Brasil. No dia 3 deste mês, o país somava 49 casos. Nesta segunda-feira, 11, tinha aproximadamente 220. Os dados têm como base quantitativo do Ministério da Saúde.
O Ceará acumula três casos da varíola de macacos, informou também ontem a Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado.
O registro recém-noticiado pela pasta estadual é o segundo de Fortaleza. O paciente do sexo masculino é residente de Fortaleza, tem 26 anos e histórico recente de viagem à São Paulo (SP). Os outros dois casos confirmados são residentes de Fortaleza (sexo masculino, 35 anos) e Russas (sexo masculino, 43 anos).
No Ceará, foram notificados 26 casos suspeitos – destes, 16 foram descartados laboratorialmente: Fortaleza (9), Maracanaú (1), Cedro (1), São Gonçalo do Amarante (1), Caridade (1), Caucaia (1), Ocara (1) e Guaramiranga (1). Sete casos seguem em investigação, notificados pelos municípios de Aracoiaba (1), Juazeiro do Norte (1), Fortaleza (3), Quixadá (1) e Maranguape (1).
Entre os suspeitos, quatro são do sexo masculino e três são do sexo feminino. Em todas as notificações foram aplicadas as medidas recomendadas, como isolamento, busca ativa de contatos e coleta de material para exames laboratoriais para elucidação do caso e para diagnóstico diferencial para outras doenças, que estão em processamento.
A Sesa aponta que tem monitorado o cenário junto às Vigilâncias em Saúde dos Municípios, realizando publicação periódica de notas técnicas atualizadas sobre a doença.
NÚMEROS NACIONAIS
No Brasil, até ontem, havia 219 casos confirmados da doença. O total de casos tem com base informações divulgadas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. A pasta federal registra 218 casos confirmados da doença, enquanto a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro informa que registrou mais um caso de varíola dos macacos no estado.
Segundo o ministério, São Paulo tem o maior número de casos: 158. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro que, de acordo com a Secretaria de Saúde do estado, soma 34 confirmações da doença.
A pasta informa que os outros casos foram registrados nos estados de Minas Gerais (14), Paraná (três), Rio Grande do Sul (três), Ceará (dois), Rio Grande do Norte (dois), Goiás (dois) e Distrito Federal (um). A varíola causada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Virus, na sigla em inglês) causa uma doença mais branda do que a varíola smallpox, que foi erradicada na década de 1980.
Trata-se de uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode ser por abraço, beijo, massagens ou relações sexuais. A doença também é transmitida por secreções respiratórias e pelo contato com objetos, tecidos e superfícies utilizadas pelo doente.
Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos.
Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início dos sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele, geralmente na boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais.
Para a prevenção, deve-se evitar o contato próximo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado. Também é importante a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool gel.