Acervo restaurado já foi apresentado em mais de 50 exposições nos últimos 18 anos no Ceará, Pernambuco, Bahia, São Paulo e agora deverá circular pelo Interior do estado
Priscila Baima
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Fotos, título de eleitor e demais documentos pessoais de Padre Cícero, que nesta quinta-feira, 24, completaria 178 anos, estarão disponíveis, pela primeira vez, para quem mora no Rio de Janeiro, na Biblioteca Biblioteca Parque Estadual a partir da data.
Todos os documentos e fotografias, que agora estão restaurados, já foram apresentados em mais de 50 exposições nos últimos 18 anos no Ceará, Pernambuco, Bahia, São Paulo e agora deverá circular pelo Interior do Estado do Rio de Janeiro, dentro do Projeto SerTão Rio.
De acordo com recentes pesquisas, Padre Cícero tem parentes em Niterói, onde esteve no ano de 1908, período em que recebeu permissão da Igreja para celebrar, durante um mês, durante sua estada em terras Fluminenses. Participará do evento, o Vigário Episcopal para a Comunicação, Padre Arnaldo Rodrigues, que celebrará uma missa em comemoração ao aniversário do “Conselheiro do Nordeste”.
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado, Danielle Barros, presidirá a cerimônia e falará sobre a importância e o trabalho de preservação das Matrizes da Cultura Nordestina no estado Rio de Janeiro. Participarão também do evento pesquisadores, cordelistas, repentistas e trios de forró.
Padre Cícero (1844-1934) foi um líder católico cearense, ordenado padre em Fortaleza no ano de 1870. Realizou um trabalho pastoral, com pregações e visitas domiciliares, conquistando a simpatia dos católicos e devotos não só da época. Até hoje, Cícero tem respeito e admiração de milhares de pessoas.
Um milagre ocorrido em março 1889 transformou a vida do padre e de sua cidade, Juazeiro do Norte. Ao participar de uma comunhão geral, na capela de Nossa Senhora das Dores, uma hóstia “sangrou” na boca de uma fiel. Logo a notícia do milagre se espalhou e o fato teria se repetido em público várias vezes.
O fenômeno chamado de “Milagre de Juazeiro” mudou a forma como o sacerdote era visto pela hierarquia da Igreja Católica, e também foi, consequentemente, um dos principais motivos de atrair numerosas romarias a Juazeiro. Mesmo com a devoção e confiança de seus fiéis, a Igreja Católica não reconheceu o milagre do padre, que foi punido pelo Vaticano, com a suspensão da ordem, acusado de manipulação da crença popular. Só em 2015, sua reabilitação foi anunciada.
A reconciliação foi atendida pelo Vaticano nove anos após o pedido do bispo Dom Fernando Panico. Durante o período que Padre Cícero foi proibido de celebrar missas.