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8 de outubro de 2024

Outubro Rosa: quem tem medo da mamografia?

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Sempre me falaram que a mamografia doía. Algumas mulheres mais velhas me cont. Eu não sabia se era verdade, mas senti um certo receio de fazer o exame. No entanto, os 40 anos chegaram e, com eles, a recomendação de integrar a mamografia na rotina anual, para prevenir qualquer problema.

Esse ano, eu fiz reportagens sobre o assunto e peguei algumas dicas sobre como diminuir a sensibilidade nas mamas e evitar o desconforto. No entanto, percebi que a dor era relativa, dependia muito da pessoa.

Ao presenciar um exame, a paciente me disse que o exame não doía, mesmo ela tendo displasia mamária, que é uma condição que aumenta a sensibilidade.

Sempre fui bem medrosa pra dor e na minha vez de passar pelo mamógrafo, fiquei muito tensa. Pensei em chamar alguém pra ir comigo, mas não achei. Para fechar o combo da ansiedade, tive um dia ruim. Imaginei comigo: aí é que vai doer mesmo… Será se eu não poderia marcar pra outro dia?  No meu plano de saúde, é uma burocracia danada para remarcar os exames. Principalmente, porque eu só tenho os sábados e o período da noite, por trabalhar o dia inteiro. Então, eu vou é hoje mesmo. Preciso me livrar disso!

Depois de pegar um carro no aplicativo para o consultório em horário de pico, cheguei 40 minutos atrasada. Já vinha pensando que não daria tempo. Mesmo assim, consegui. Ia ser a última a ser atendida. 

Antes, tive que preencher um formulário. Lá, estava escrito que o local do exame poderia ficar vermelho, dolorido, embora nem todo mundo sentisse isso. O medo aumentou. Virou frio na barriga. 

Fiquei aguardando do lado de fora da sala. Mandei uma foto da porta para uma amiga e ela disse que daria tudo certo. Chamaram meu nome. Orientaram a tirar a parte de cima da roupa. Passaram álcool no mamógrafo. Eu fechei os olhos e pedi a Deus forças.

Primeiro, colocam o seio da gente na máquina  na posição frontal. A compressão não me fez sentir dor. Era mais chata a posição do corpo, porque precisava levantar bem a cabeça. Depois, posicionava o seio de lado. E acabou. 

Não era o que eu estava pensando. Nada de dor. Foi só um aperto. Nem mesmo a tensão me fez travar. E olhe que o meu músculo peitoral já travou algumas vezes e eu quase chorei de dor. 

Depois de vestir a roupa, pensei na quantidade de mulheres que deixam de fazer o exame por acreditar no que os outros dizem. Lembrei da prima da minha mãe, a Rosa Maria, que faleceu com 35 anos, quando eu era criança, porque descobriu o câncer de mama tarde demais. 

A minha madrinha Socorro, a amiga Salete Araújo e tantas outras conseguiram se recuperar da doença porque detectaram precocemente, graças à uma mamografia como essa e seguem vivendo suas vidas, cada uma ao seu modo. Nem sempre essa doença leva as pessoas. Às vezes, é o início de uma vida melhor, porque você sai fortalecido.

Meu resultado ainda não saiu, mas sei que a dor desse novo exame de rotina, pelo menos para mim, nem foi sentida. É só um aperto. E ele salva porque detecta alterações que a gente ainda nem chegou a perceber. 

Vamos aproveitar o mês de outubro para fazer aquele check up completo? Eu adiei bastante, mas já estou com tudo marcado. Não procrastinem como eu fiz. É tranquilo. 

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