Começa neste sábado, 18, o Carnaval – que, por sinal, já começou de vera faz mais de um mês, com o pré-Carnaval em um bloco incalculável de cidades pelo Brasil adentro. Isso é muito bom por vários motivos. Citamos ao menos quatro. Primeiro, porque reativa ânimos e afetos após tristes anos de pandemia, governo Bolsonaro e mortes. Depois, porque aquece a economia com movimentações no turismo, nos bares, nos restaurantes e similares.
Ainda estimula a geração de empregos e tributos, além da criatividade. Por fim, porque faz ferverem mais uma vez o senso e a noção de cultura popular, em manifestações diversas, do Maracatu ao Frevo, das escolas de samba ao pagode. Até as igrejas cristãs aproveitam a temporada sob o reinado de Momo para reunir seguidores, orar e rezar e faturar algum dinheiro. Não duvide: sem Carnaval o País seria muito, muito pior. Mas imagine isso tudo sem cerveja. Esse é o desafio que fazemos aos leitores e às leitoras, já pedindo desculpas pela perspectiva real e pessimista.
Gole amargo
O horizonte turbulento tem a ver com a Ambev, gigante das bebidas do grupo Anheuser-Busch InBev. Os donos são os mesmos que protagonizam o rombo de R$ 47 bilhões da Lojas Americanas – Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira. Pesa sobre a empresa de bebidas suspeita de evasão fiscal de R$ 30 bilhões.
Sinta o drama
Trecho de texto do site Shometech, especializado nos movimentos de bolsas de valores: “A Ambev foi acusada de evasão fiscal da ordem de R$ 30 bilhões, fazendo suas ações despencarem em queda livre na B3. Isto ocorre pouco tempo depois das Lojas Americanas, que possuem participação acionária do mesmo grupo econômico que possui uma boa fatia da Ambev, ter declarado recuperação judicial”.
Em poucas linhas
Cerca de 60 marcas são fabricadas por cervejarias da Ambev no mundo todo, sendo a maior parte produzida e vendida no Brasil – Antarctica, Brahma, Skol, Budweiser e Stela Artois são só exemplos. O presidente da Ambev é um cearense, Jean Jereissati Neto. O sobrenome não deixa dúvidas: Jean é primo do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB).
O pior dos mundos
Havendo um colapso no setor de cerveja no Brasil, o que não é impossível, atividades como as de lazer, cultura e entretenimento tendem a sentir o golpe. Empregos poderão ser afetados. O ramo imobiliário também. A receita de impostos, então, sofreria danos profundos. A publicidade não haveria de escapar.
Lá e cá
A Coluna Roberto Maciel é publicada simultaneamente no portal InvestNordeste (www.portalinvestne.com.br) e no jornal Opinião (www.opiniaoce.com.br). Os textos estão também no site https://bit.ly/3q4AETZ. O jornalista ainda participa do podcast Papo de Cabeça, no YouTube (https://bit.ly/3cP1JHu) e nas plataformas Deezer e Spotify. O podcast é produzido em parceria com o jornalista Maurição Lima e tem notícias, entrevistas e análises políticas.