Ingrid Campos
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A indicação para deputados do PDT é de que, até o dia 18 deste mês, data de encontro do diretório estadual, se evite comentários sobre escolha do partido para o candidato que vai concorrer ao Governo do Estado nas Eleições deste ano. O impasse maior se deve à relação com o PT, que apoia o nome de Izolda Cela na disputa.
Por outro lado, Roberto Cláudio também é preferido por setores importantes do bloco. Os outros dois pré-candidatos, Evandro Leitão e Mauro Filho, perderam força ao longo do semestre. A dinâmica tem causado atrito desde o início da pré-campanha e levado a declarações de preferência sobre os dois desde março.
Apesar da crescente pressão dentro do bloco, o direcionamento dado por André Figueiredo, presidente estadualo do PDT, a deputados do partido parece ter servido para toda a base. O PSD pediu que prefeitos e militantes da legenda não se manifestem sobre a escolha, reforçando a necessidade de “diminuir os conflitos internos” a fim de evitar o “encerramento da aliança.”
O PT também, aparentemente, acalmou os ânimos. Junto ao PV, PP, MDB e PCdoB, inclusive, a legenda lançou nota sinalizando pela união do bloco, na última quinta-feira (7). “Acreditamos que a construção de uma candidatura deve ser o resultado da unidade e do diálogo entre todos os partidos”, diz o texto.
André Figueiredo assegurou, em entrevista coletiva que ocorreu na segunda-feira, 11, que se reunirá com Camilo Santana (PT) para tratar sobre a aliança. Além de fortalecer o nome de Izolda, o PT pleiteia vaga de vice na chapa. O dirigente pedetista também afirmou que o ex-governador continua tendo o apoio do seu partido para a disputa ao Senado.
Ciro Gomes, que busca vencer as eleições para o Planalto pelo PDT, também sinalizou diálogo. “Nós precisamos achar um caminho para restaurar a unidade. Tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar a alcançar a unidade do grande projeto, não só do PDT, farei”, disse.
CRISE NA BASE
O ano iniciou com manifestações neutras e comedidas sobre o assunto. Com o passar dos meses, contudo, uma postura mais incisiva em relação à escolha foi observada. Em junho, por exemplo, reforçou-se o desejo do partido e de Camilo por Izolda, mas sem deixar de mencionar alternativas próprias. “Caso não topem, cabe ao PT decidir os rumos nos próximos dias. Temos plano A e B”, disse, pelas redes sociais.
Do lado dos que preferem Roberto Cláudio, as manifestações públicas mais fortes iniciaram-se também em março, quando grande parte dos vereadores de Fortaleza reuniram-se em defesa da sua candidatura. O posicionamento é compartilhado de forma incisiva por Ciro há meses. O ex-governador do Ceará, inclusive, seria um dos entraves para a viabilização da candidatura de Izolda, o que teria causado atrito com petistas.