A última convocação de Tite gerou algumas contestações. A principal delas fala sobre Raphael Veiga. O meia palmeirense, destaque absoluto da equipe desde o ano passado, ainda não recebeu uma chance sequer entre os selecionados. Assistindo um programa esportivo na última sexta-feira, também vi um forte questionamento sobre a não convocação do atacante Hulk. Antes de analisar as ausências de ambos, temos que levar em conta alguns fatores. Primeiro, o desempenho de ambos, que de fato têm se destacado bastante dentro de campo. Segundo, quem ficaria de fora da lista para a convocação de ambos. Terceiro, se dá para equiparar o desempenho no futebol brasileiro e sul-americano com o de quem joga na Europa. O bom desempenho de ambos é inegável.
Veiga e Hulk são protagonistas de dois dos mais fortes times do continente, cada qual com a sua característica. Analisando os convocados, Veiga disputaria posição com Lucas Paquetá e Coutinho. Vida dura, já os dois estão jogando bem em suas equipes. Coutinho, inclusive, reencontrou o seu bom futebol no Aston Villa, que joga a liga mais competitiva do mundo. Paquetá, por sua vez, é o dono do meio campo do Lyon, e se a liga francesa não tem tanta qualidade como a Inglesa, o lugar do meia na seleção é corroborando por suas atuações de destaque sob o comando de Tite. Parece ser nome certo para a Copa do Catar.
Já no caso de Hulk, o caminho parece ser mais fácil. Primeiro temos que observar que aquele Hulk da Copa de 2014, que jogava quase que como um ponta, ficou no passado. Hoje o paraibano atua no Atlético-MG como um bom centroavante. Para essa posição, Tite chamou Gabriel Jesus e Matheus Cunha. Contra Hulk pesam duas coisas: a idade e o péssimo desempenho na Copa do Mundo que jogou. Em contrapartida, apesar do último mês de bom desempenho com a camisa do Manchester City, Gabriel Jesus não tem se destacado na Seleção Brasileira, foi reserva absoluto do City nos últimos anos e fez uma copa horrorosa em 2018.
Já Matheus Cunha, parece uma aposta para o futuro da canarinha. Fez apenas seis gols na Liga Espanhola da atual temporada, mas mostra muito potencial e qualidade. A Liga Inglesa, de Jesus, é, sem dúvidas, muito superior à Brasileira, já a Liga Espanhola de Cunha, tirando Barcelona, Real Madrid e Atletico de Madrid, não fica muito na frente do nível competitivo do Brasileirão.
Veredicto: entendo a escolha do comandante da seleção por preterir Veiga. Parece que o momento é de dar confiança e consolidar Coutinho e Paquetá para chegarem voando na Copa de 2022. Talvez o ciclo do palmeirense seja para o torneio de 2026. Com relação a Hulk, pelo que vem jogando, pelo repertório e constância e, principalmente, pela pobreza de opções na posição, acredito que valeria a pena testá-lo. Isso, claro, se o Tite utilizá-lo na posição em que ele vem se destacando no clube, e não como ponta marcando lateral adversário.