Voltar ao topo

19 de janeiro de 2025

Olhe para cima! Precisamos falar de mudanças climáticas

Compartilhar:

No mês passado, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC – publicou seu relatório mais recente sobre mitigação das mudanças climáticas. O relatório teve a colaboração de aproximadamente 300 cientistas de 65 países, de diversas áreas como engenharia, economia e várias ciências sociais. Ele tenta sintetizar e comunicar o conteúdo de mais de 18 mil artigos científicos sobre o tema. Já é consenso na comunidade científica que temos que mudar nosso modo de vida para prevenir o aumento da temperatura global em mais de 2oC até 2030, e que o início dessa mudança deve ser agora!

O relatório avalia diversos cenários de mudança, e recomenda o que cada setor da economia pode fazer desde já para reduzir as emissões de gases de efeito estufa – GEE. O setor de transporte, um dos grandes emissores de GEE, pode se beneficiar da mudança da matriz energética dos veículos, que atualmente são majoritariamente movidos por combustíveis fósseis, por energia elétrica. Mas como já falei antes, a simples substituição de carros a gasolina por elétricos não resolve os problemas da mobilidade, e devemos ir além para resolver o problema das mudanças climáticas.

Também são sugeridas mudanças baseadas na abordagem “Evitar-Mudar-Melhorar”, que apontam vários caminhos para a mobilidade. Muitos trajetos podem deixar de ser feitos com o home office e reuniões a distância. Trajetos curtos de carro podem ser feitos a pé ou de bicicleta, se as cidades derem condições favoráveis. Um melhor planejamento da cidade, como no exemplo de Paris com o conceito de “cidade de 15 minutos”, pode reduzir muito os deslocamentos para outros bairros, tendo tudo mais próximo de onde mora. O ônibus deve ser melhorado, eletrificado, se tornando a principal forma de deslocamento junto com o metrô.

Não sejamos como no filme “Não olhe para cima”! A pandemia foi mais um exemplo de que ouvir os cientistas é o melhor para nossa sobrevivência. Devemos cobrar que os gestores públicos acreditem na ciência, e sejam protagonistas nessa mudança.

[ Mais notícias ]