O embaralho de alianças que se iniciou oficialmente na segunda-feira, 18, quando o PDT anunciou que lançará Roberto Cláudio ao governo do Estado, é prioridade para partidos até o início de agosto, quando se encerram as convenções partidárias.
O período em que legendas devem oficializar seus candidatos e apoiadores começou nesta quarta-feira, 20, e vai até dia 5. Até o fechamento deste conteúdo, oito partidos confirmaram datas das suas convenções: PSD (dia 24); União Brasil (dia 5); PL (dia 5); PDT (dia 24); PSTU (dia 23); PSB (dia 27); e PSOL-Rede (dia 30).
Os demais aguardam a finalização dos diálogos com aliados e reuniões com lideranças internas. Enquanto algumas siglas já divulgaram datas para que os seus respectivos eventos ocorram, outras aguardam negociações. É o caso do PT, que deve definir a data no sábado, 23, quando ocorrerá o seu encontro de tática eleitoral para a discussão dos rumos do partido no pleito. Petistas anunciaram, nesta semana, rompimento da aliança de 16 anos com o PDT no Ceará.
Além do PT, o bloco governista perdeu PV e PCdoB, juntos em federação, do seu arco de aliança. O MDB também deve deixar o barco. Diálogos também são mantidos com o PP. De acordo com fonte ouvida pela reportagem, o PDT nem tentará dialogar com a legenda comandada pelo ex-senador Eunício Oliveira no Ceará.
“Ele sempre declarou que é contra o Roberto Cláudio e os Ferreira Gomes. Então, ninguém vai querer tomar um ‘não’ numa coisa que já sabe. Uma coisa é você não querer compor aliança, outra coisa é você ter raiva.” Eunício manifesta-se publicamente a favor de Lula (PT), sinalizando para uma oficialização de aliança no novo grupo em formação. O dirigente do MDB e o vice-presidente nacional do PT, deputado cearense José Guimarães, reuniram-se com Lula na segunda para tratar sobre as eleições.
Do lado do PDT, a fonte mencionada acima disse que os diálogos seguem com PSDB e PP. Além disso, afirmou que o partido não desistiu de apoiar Camilo Santana (PT) ao Senado, mas que vai alinhar esse tópico com o ex-governador para verificar se ainda é possível esse tipo de relação.
Para os tucanos no Ceará, por sua vez, ainda não há rumo certo. Há expectativa para esta sexta-feira, 22, ao meio-dia, reunião entre Tasso Jereissati, cacique do PSDB, e Chiquinho Feitosa, presidente estadual do partido. União Brasil e PL, partidos declaradamente de oposição, ainda dialogam para a formação de aliança.
O primeiro tem Capitão Wagner como presidente estadual e pré-candidato ao governo local, enquanto o segundo estuda um lugar de vice ou o lançamento de candidatura própria para fortalecer a corrida de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição ao Planalto.
No último fim de semana, o mandatário esteve com Wagner e Acilon Gonçalves, presidente do PL Ceará, no palco da Caminhada para Jesus, em Fortaleza. Na ocasião, Bolsonaro sugeriu união entre ambos os partidos.
“Se o Brasil tem problema, chama o capitão. Se o Ceará tem problema, chama o Capitão. O Ceará deve se unir, os bons devem se unir, a causa é o futuro do nosso Estado e do nosso Brasil”, disse. Mesmo assim, ainda não há consenso sobre o assunto. A questão será trabalhada em reunião entre os dois dirigentes locais, que deve ocorrer nesta semana.