Dos 28 hospitais com dados presentes na plataforma IntegraSUS, até a última atualização, existiam 53 vagas em UTIs para crianças, das quais 44 estavam ocupadas, 83,02% de ocupação
Giovana Brito
ESPECIAL PARA OPINIÃO CE
giovana.brito@opiniaoce.com.br
O Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) e o Hospital Infantil Filantrópico (Sopai) estão no limite de capacidade dos leitos de Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) e enfermaria infantis. Das ocupações, 25 vagas de UTIs pertencem ao Hias e 20 vagas ao Sopai.
Dos 28 hospitais com dados presentes na plataforma IntegraSUS, até a última atualização, existiam 53 vagas em UTIs para crianças, das quais 44 estavam ocupadas (83,02% de ocupação), enquanto leitos de enfermaria dos 326 ativos, 316 estão ocupados (96,93% de ocupação).
O número elevado de ocupações dos hospitais infantis da Capital está alto desde o último mês. No dia 10 de maio, a lista de Unidades de Saúde da plataforma tinha 23 hospitais com informações disponíveis – entre esses, 35 leitos de UTI infantil estavam ocupados, dos 41 aptos.
Os leitos de enfermaria apresentaram os maiores resultados, 237 leitos de enfermaria estavam ocupados (95,95% de ocupação) dos 247 disponíveis. Os dados, obtidos por meio da plataforma Integrasus, Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), reúne números das unidades hospitalares públicas e privadas.
O neto de Silvaneide Pereira, ficou internado por 3 dias inicialmente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no José Walter e devido à lotação foi transferido para o Hospital Geral Dr Waldemar Alcântara (HGWA). A suspeita era de que João Guilherme de 2 anos estivesse com dengue, mas após o teste foi descartada a possibilidade, a criança estava com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
“Quando ele chegou na UPA ficou em observação, porque estava com cansaço e suspeita de dengue, mas o exame não deu. Ele estava muito gripado, muito cansado e até hoje ele ainda usa a bombinha de asma”, relatou Silvaneide. Entre as principais razões de internação estão as Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG).
Uma síndrome é definida como um conjunto de sinais e sintomas que podem ser gerados por várias causas diferentes. Dentre as doenças que causam essa síndrome, estão as infecções dos pulmões (pneumonias), este é o caso de Luna Macena, de 5 anos.
A filha de Robson Rodrigues, Luna, foi internada com pneumonia bacteriana e influenza tipo B. Luna ficou internada por 10 dias com febre alta, tosse e secreção que se acumulou nos pulmões. “Fomos primeiro ao Luís de França, apesar de ser um hospital particular, estava caótico a situação. Tinham muitas crianças com os mesmo sintomas, febre alta, tosse e o catarro secou nos pulmões dela”, conta Robson Rodrigues.
A criança seria internada no Hospital Luís França, mas foi encaminhada para o Hospital e Maternidade Eugênia Pinheiro. “O atendimento demorou demais por causa da lotação que se encontrava o hospital.”
O aumento no número de internações infantis ocorre em todo o Brasil. De acordo com o último boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz, dos 7,1 mil casos ocorridos entre 22 e 28 de maio de SRAG — uma complicação de infecções do tipo — 2,5 mil aconteceram em crianças entre 0 e 4 anos de idade. Nessa faixa etária, o problema maior é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), embora a incidência de infecções por coronavírus também tenha crescido, seguindo a tendência dos adultos. Já entre os 5 e os 11 anos, a covid-19 continua como a principal preocupação.
A Secretaria de Saúde (Sesa) do Cearáfoi questionada sobre a abertura de novos leitos dos hospitais do Estado e sobre o perfil das internações, mas não respondeu até a conclusão deste conteúdo.