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17 de janeiro de 2025

Óculos de realidade virtual são usados na aplicação de medicação para tratar a puberdade precoce

O objetivo é diminuir a tensão, a fim de minimizar o incômodo causado pela agulha no músculo e por possíveis traumas trazidos de aplicações anteriores
Os óculos 3D ajudam a trazer mais confiança criança durante a aplicação de medicamentos injetáveis nas crianças em tratamento. Foto: Thiago Mendes/ Ascom/ CIDH

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O momento da aplicação de um medicamento intramuscular é geralmente cercado de tensão e até medo, especialmente quando envolve crianças. O desconforto da injeção, entretanto, pode ser minimizado com boa técnica profissional e abordagem humanizada. O tratamento da puberdade precoce no Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), ganha um aliado lúdico nesse cuidado especializado, com o uso de óculos de realidade virtual para os pequenos.

O CIDH é referência em puberdade precoce no Ceará. Custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o tratamento é feito por meio de bloqueio hormonal, com aplicações a cada quatro, 12 ou 24 semanas, a depender do caso. Desde o começo de junho, as crianças têm a opção de receber a medicação recorrendo a óculos de realidade virtual. O equipamento permite assistir a vídeos em celulares com um aspecto tridimensional (3D).

A enfermeira do CIDH Conceição Rocha explica que os óculos ajudam a tirar o foco do desconforto da aplicação. “Eles se concentram no que estão assistindo e isso ajuda a aceitar melhor. É uma ferramenta a mais no conforto que a gente tenta passar para eles”, detalha Conceição, que aplica a medicação da puberdade precoce há nove anos.

Enquanto recebia a aplicação, Luana Souza, 10, pediu para ver um vídeo da Lady Bug, que é uma super-heroína estilosa com roupa vermelha, pintas pretas e cabelo amarrado. Após a aplicação, ela desceu da maca sorrindo. “Achei muito legal. Ajuda muito a não sentir nada. Vou pedir para usar nas próximas vezes”, garantiu.

Acompanhando o momento, a irmã Luciana Ferreira, 24, conta que os óculos ajudam a desviar o foco. “Existe um medo psicológico de que dói, mas foi bem tranquilo. Ela ficou concentrada, não sentiu. Fez sem se importar”, detalha.

Analícia Bandeira, 9, acompanhada da avó Raimunda Bandeira, preferiu Jovens Titãs, uma turma de cinco adolescentes que combate o crime. “Foi legal, porque doeu menos do que da outra vez. Foi melhor com os óculos”, contou. O uso da tecnologia com realidade virtual no CIDH faz parte de um projeto-piloto que acontece em 50 locais de aplicação de 20 estados brasileiros.

CONFIANÇA NO PROCESSO

As crianças que enfrentam a puberdade precoce podem até não ter superpoderes, como a Lady Bug e os Jovens Titãs, mas encaram o desafio com muita bravura. Desde novembro, elas recebem o Certificado de Coragem, entregue pela equipe de Enfermagem do CIDH quando as crianças finalizam o tratamento. A iniciativa é mais uma estratégia para aumentar a adesão, reforçando o cuidado com as famílias e a humanização no atendimento.

Conceição Rocha, enfermeira do CIDH, explica que conversa com as crianças antes da aplicação de maneira a construir uma relação de confiança, por meio da sinceridade e da explicação sobre a importância do tratamento. “Gosto sempre de me reportar à criança. Elas são a prioridade para mim na sala de aplicação”, resume ela.

O objetivo é diminuir a tensão, a fim de minimizar o incômodo causado pela agulha no músculo e por possíveis traumas trazidos de aplicações anteriores. Quando terminam o tratamento, algumas crianças deixam desenhos e brinquedos usados como objetos de apego durante o processo, para encerrar ciclos. “Algumas delas me veem no corredor e me abraçam. Não tem resultado melhor do que esse”, comemora Conceição.

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