
Meninas quando novinhas brincam de boneca. Pelo menos brincavam no meu tempo. Faziam panelinhas, armavam casas, dialogavam com seus brinquedos, convidavam amigas para festas de aniversários de suas amigas de faz de conta e iam tocando a vida, aprendendo o dever de moças casadoiras, donas de casas impecáveis.
O tempo, a modernidade, o celular, as bondades, e maldades da internet foram virando o jogo. Tem mais boneca, não. Tem mais casinha, não. Tem mais aniversário de boneca, não. O leriado agora é outro. Foi-se o tempo em que mulheres eram apenas as rainhas dos nossos sagrados lares afeitas a atividades domésticas e criação dos rebentos.
Não é só parte de um chavão que a mulher deve estar onde ela bem quiser. É fato e muito além disso, pois as mulheres são mais protagonistas do que há uma década ou um pouco mais que isso no decorrer dos tempos.
Comandantes de aviões, executivas de grandes empresas, prefeitas, governadoras, deputadas, coronel de polícia, juízas, promotoras, delegadas, motoristas de caminhões, etc.
Por falar em juízas, a chefe do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) é uma mulher nascida nos sertões de Aurora, no Cariri cearense. A desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira se destaca por sua simplicidade, ao mesmo tempo que marca suas posições com coragem, responsabilidade e serenidade.
Na última semana, o pleno do TJCE realizou um feito histórico no Judiciário estadual. Durante sessão realizada na quinta-feira, 17, foram eleitos sete novos desembargadores, dos quais cinco são mulheres. Doutora Nailde Pinheiro coordenou a sessão que foi transmitida ao vivo pelas redes sociais, com direito até a um veto público para um juiz de direito que pleiteava a assunção de desembargador e digamos que não estava, até ulterior decisão, habitado à função na listagem dos puros.
As mudanças nas práticas foram notadas no reino das mulheres, onde probidade, transparência, honra e coragem devem sempre ser regra na história e jamais exceção.