Numa nublada quarta-feira, dia 22, a Folha de São Paulo trouxe como matéria de capa com letras em destaque “Negros são alvo de abordagem policial no Rio”, mostra estudo. Pretos e pardos sofrem 63% nas revistas policiais, indica Datafolha; PM nega ter viés racial. O estudo revela que nas abordagens de pretos e pardos os abusos são mais recorrentes. Quanto a questões de gênero, endereço, renda e idade, 75% são homens e 66% vivem na periferia, destaca o referido estudo.
O racismo e a injustiça social preocupam muito mais pelas bandas de cá. Sim, pois é um massacre, um genocídio silencioso. Pesquisadores e historiadores explicam a formação da nossa sociedade excludente. Em seu livro, “Cidadania no Brasil: o longo caminho”, José Murilo de Carvalho esclarece que o fator mais negativo a cidadania foi a escravidão. De fato, além da escravidão explicitada nos livros didáticos e nos filmes, existiam outras formas de escravidão e de exploração como bem nos relata, Carvalho: “Trabalhavam de carregadores, vendedores, artesãos, barbeiros, prostitutas. Alguns eram alugados para mendigar.”
O estupro de índias e de africanas era comum. Para Carvalho, não se podia dizer que os senhores fossem cidadãos, pois “faltava-lhes, no entanto, o próprio sentido da cidadania, a noção da igualdade de todos perante a lei.” E, hoje, somos verdadeiramente cidadãos como reza a cartilha? Fico pensando cá com meus botões. A população brasileira, de modo geral, tem tido mais acesso à educação e a cultura. Os estudantes passaram a ter mais aulas de Sociologia, de Filosofia, de História nas escolas públicas e privadas.
Encontram aulas disponíveis na mídia de todo tipo, entrevistas e documentários disponíveis em canais abertos e fechados repudiando esse tipo de comportamento. Como explicar o espancamento e morte do jovem concolês, Moïse Kabagambe por três homens no Rio de Janeiro!?