A seleção de Tite dá sono. Convido o leitor a fazer um exercício de memória. Você lembra de ao menos três partidas muito boas do Brasil após a Copa do Mundo de 2018? Eu, sinceramente, não consigo lembrar. O futebol da Canarinho é pobre, previsível e insuficiente para a conquista do desejado hexa. O comandante da seleção parece ter uma dificuldade enorme de rever alguns conceitos. A impressão que dá é que Tite trabalha com dogmas, com verdades imutáveis. O problema é que o futebol do século XXI é fluido, dinâmico e evolui constantemente. Treinadores de ponta dos grandes times do mundo variam de esquemas táticos a cada jogo, descobrem uma nova função para seus jogadores a cada temporada e, quando não o fazem, logo tornam-se obsoletos. Prova disso é José Mourinho. Há poucos anos, o português era um dos técnicos mais celebrados do mundo. Hoje, após desempenho pífio à frente do Tottenham, oferece seu “canto do cisne” pelas bandas de Roma. O jogador mais valioso do mundo é brasileiro. Não, eu não estou falando de Neymar. O desempenho brilhante no Real Madrid, somado à expectativa de evolução e à pouca idade fizeram as cifras de Vinícius Júnior ir para as alturas. Na seleção, virou praticamente um lateral, mais se preocupando em marcar do que com seu ofício primordial, que é atacar e fazer gols. Algo semelhante ao que aconteceu com Gabriel Jesus na Copa de 2018, quando nosso camisa 9 mais parecia um volante. Lógico que no futebol moderno o empenho na recomposição defensiva é tarefa de todos, mas esse compromisso não pode ser maior que a afinidade natural do jogador. Na cabeça de Tite, o futebol parece ser ao contrário. Sim, os números são maravilhosos. Mas vamos nos deixar iludir pelo fraco nível das eliminatórias sul-americanas? Na última quinta-feira, vimos um jogo modorrento frente à carente seleção equatoriana. Nem com a classificação para a Copa do Mundo já garantida, o comandante brasileiro teve a “audácia” de ousar na montagem e distribuição de seu time em campo. É sempre mais do mesmo. A verdade é que Tite ainda é técnico do Brasil pelo que fez em 2012 com o Corinthians. Já se vão 10 anos. Não acho que seja hora de mudar de comando. Não há tempo hábil para isso. Só digo que, se o nosso treinador não tiver a humildade de quebrar os próprios paradigmas, beber de outras fontes e relembrar as raízes do futebol brasileiro, será mais um ciclo de Copa perdido. Sem legado, sem título e com a seleção brasileira cada vez mais no ostracismo. Tomara Deus que eu esteja errado.
Equipes da SDA e do Ceará Sem Fome se reúnem para fortalecer políticas públicas para 2025
O encontro foi conduzido pela primeira-dama do Estado e presidente do Comitê Intersetorial de Governança do Ceará Sem Fome, Lia de Freitas, junto ao secretário titular da SDA, Moisés Braz