A Imprensa brasileira foi “parceira” (eufemismo aqui usado para tangenciar o uso direto da palavra “cúmplice”) dos acontecimentos que resultaram no atual estado de coisas do País – a marca trágica de 671 mil mortos pela covid-19, a inflação desembestada, o desemprego recorde e a fome que tortura mais de 33 milhões de pessoas, por exemplo. Iniciou-se em 2013, como contam os registros históricos, uma avalanche de ataques e estímulos a manifestações violentas contra o governo. Quanto pior, melhor.
Escancararam-se páginas de jornais e programas a qualquer opinião – mesmo as mais toscas – ou notícia falsa, assemelhando os meios convencionais a redes sociais mal-intencionadas. Seguiram-se o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), a prisão do ex-presidente Lula e a eleição de Jair Bolsonaro (então no PSL) ao Planalto. E, pelo visto, as lições dos últimos anos não serviram a nada. A propósito disso, vale destacar o jornal O Globo na última segunda-feira: “Dos quatro principais candidatos à Presidência, só Simone Tebet se compromete com lista tríplice do próximo PGR”.
Sim: Simone, do alto de seu 1% de intenção de voto, é considerada pela Globo uma das “quatro principais” candidaturas do Planalto.
Em paralelo
O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, pré-candidato do PDT a governadora do Ceará, tem exposto diariamente a agenda que cumpre. As atividades variam de palestras, encontros com políticos e empresários, viagens ao Interior do Estado a – como ninguém é de ferro – exercícios físicos. A governadora Izolda Cela também não tem movido um milímetro da programação oficial de compromissos.
Sinais
Nem Roberto nem Izolda têm dado bola para ataques e provocações da oposição. Mais do que isso, têm ignorado solenemente insinuações até de pseudo-aliados – o que frustra, e com razão, os “geradores de tretas”. Há analistas que avaliam esse comportamento como sinal de que um apoiará o outro após o PDT definir quem vai disputar o comando do Palácio da Abolição. E sem condições.
Declaração fake?
Reflexão do deputado Wagner Sousa no Twitter: “Em Atenas, o povo aplaudia na praça os oradores eloquentes e persuasivos, mas, no momento de escolher os dirigentes da cidade, ou líderes dos exércitos, ia buscar os que menos falavam e (sic) melhor procediam”. Postou assim mesmo, com aspas, mas não informou a fonte “histórica” da frase. Uma busca na Internet não dá indícios da autoria.
Sem fundo
As denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias contra o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, provam que não é apenas o poço de abusos da gestão Bolsonaro que não tem fim. O esgoto também parece sem fundo.
Outra plagas
Além do jornal Opinião, o portal InvestNordeste publica a Coluna do Roberto Maciel. Semanalmente, o autor está com o jornalista Maurício Lima no podcast Papo de Cabeça, que pode ser acessado nas plataformas YouTube e Spotify.