A Universidade Federal do Ceará está nesta semana de frente para um desafio grave: indicar o que quer para sua gestão e seu futuro. Na cena política e econômica do País e do Estado, tendo em vista demandas de todas as frentes, isso não é ordinário. É, sim, momento de alinhamento com a proposta de desenvolvimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou com um modelo de governo de Jair Bolsonaro (PL) – expelido pela sociedade nas eleições de 2022. É vital para a UFC, então.
Terça e quarta-feira próximas, professores, servidores e alunos vão às urnas escolher os nomes que serão submetidos ao Conselho Superior Universitário no dia 28 (sexta) e, depois, como lista tríplice, encaminhados à definição do presidente Lula. O reitor atual, Cândido Albuquerque, advogado e professor bolsonarista da Faculdade de Direito, não teve força política nem argumentos nem realizações para tentar se reeleger. Sem apoio, indicou para a disputa a professora de Medicina Elizabeth de Francesco Daher – também militante bolsonarista que assinou até manifesto em favor do inócuo “tratamento precoce” contra a covid-19.
De quebra, assumiu a defesa do ex-presidente da República. Do outro lado estão o professor Custódio Almeida, doutor em Filosofia, graduado em Computação e pós-graduado em Sociologia, candidato a reitor, e a professora Diana Azevedo, da Engenharia Química, candidata a vice. De fato, o momento é sério. Relaciona-se tanto com a UFC quanto com o futuro da educação pública superior.
DIFERENÇA
Na eleição passada, em maio de 2019, Custódio obteve 7.772 votos e Cândido Albuquerque recebeu apenas 610. Como Jair Bolsonaro nunca foi de prestigiar ou respeitar a manifestação plural, escolheu Cândido. O mandato do advogado bolsonarista, que só termina em agosto, é apontado pela oposição como “página obscura na história da universidade”.
DESLAVADA
Curiosidade que não se deve deixar de banda: nomeação de Cândido, publicada no Diário Oficial da União de 19 de agosto de 2019, foi assinada por Bolsonaro e pelo então ministro da Educação, Abraham Weintraub. Ambos têm horror à educação moderna e popular. Weintraub chegou a acusar, sem provas, haver “plantações extensivas de maconha” em campi de universidades federais, além de desvios de laboratórios para a produção de drogas sintéticas. Não era só delírio – era mentira mesmo.
EM PARALELO
Tramita na Assembleia projeto da deputada Gabriella Aguiar (PSD) que determina às escolas de ensino básico, públicas e privadas, a disponibilização de atendimento psicológico e de assistência social para erradicação da discriminação e da violência. E para acompanhamento de vulnerabilidades. A ideia tem o mesmo sentido de proposta de Guilherme Sampaio (PT) que cria Programa de Atenção Psicossocial nas escolas do Ceará, para prevenção, suporte técnico, atividades e projetos de saúde mental.
O MAR NÃO ESTÁ PRA PEIXE NEM PRA BANHISTA
A Secretaria do Turismo do Ceará anunciou a estimativa de que o Estado estaria recebendo cerca de 100 mil visitantes neste feriadão de Tiradentes. A notícia é boa. Chato mesmo é saber que os que nos prestigiam se deparam aqui com preços inflados, infraestrutura em pandarecos e serviços carecendo de melhorias. Fora isso, é o de sempre.
DIA 33!
Para se ter ideia, dos 33 trechos de praia que a Semace monitora em Fortaleza, apenas seis estão adequados para banho. Ou seja, só 18% não fazem mal à saúde. Os 82% restantes estão na mira do esgotamento ineficiente e do lixo. Assustador também é saber que Paracuru e Flecheiras (litoral Oeste) e Pontal do Maceió, em Fortim (Leste), também estão na zona de risco.
