Após adiamento da audiência de instrução que ocorreria no último dia 8, as partes envolvidas na suposta tentativa de feminicídio cometida pelo vereador Ronivaldo Maia serão ouvidas pelo juiz que acompanha o caso em 2 de maio deste ano. A data foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE).
Na última ocasião, a sessão teve que ser encerrada devido à ausência de uma testemunha de acusação. Segundo fonte ligada ao parlamentar, a suposta vítima prestou depoimento favorável a Ronivaldo. Como a audiência não foi completa, o vereador não chegou a falar na ocasião.
Agora, a nova audiência ocorrerá após o término de sua licença da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFOR) e também após decisão do PT Ceará sobre sua situação no partido. Isso porque, a executiva estadual da legenda abriu um processo de ética sobre o vereador na terça-feira (15).
O prazo para se ter uma definição sobre o tema é de 60 dias – podendo ser adiado por mais 30 dias -, mas a vice-presidente do PT Fortaleza, Liliane Araújo, informou que há uma orientação política para que isso será concluído “logo que possível”. O parlamentar já havia sido suspenso do partido ainda em novembro de 2021, quando o caso de polícia veio à tona.
Situação de Ronivaldo
No fim de janeiro, o PT municipal informou à reportagem que encaminhou um relatório sobre o caso Ronivaldo Maia à comitiva estadual para que a situação fosse analisada. A comissão de Fortaleza foi formada de maneira paritária entre homens e mulheres. Elas mantiveram contato com o presidente do PT-CE, Antônio Filho (Conin), para dar celeridade a esse processo.
A expectativa era que Conin desse um encaminhamento ao caso sem necessidade de instalação de uma comissão de ética, ou seja, desfiliasse de imediato o vereador, o que não aconteceu.
Além da questão partidária, Ronivaldo tem futuro incerto na CMFOR. Atualmente, com seu afastamento da Casa, Dr. Vicente (PT) assume a titularidade do cargo. A licença de 120 dias, no entanto, acaba no início de abril. Nesse meio tempo, o Psol submeteu um pedido de cassação à Câmara, que encontra-se, no momento, no departamento jurídico. Após a análise desta equipe, o processo deve ser encaminhado à Mesa Diretora, que deve decidir pelo seu direcionamento à comissão de ética parlamentar.