De acordo com IBGE, Nordeste teve o menor valor no INCC/Sinapi: R$ 1.453,09 por m². Região Sul foi a mais cara, seguida pelo Sudeste, Norte e Centro-Oeste
Priscila Baima
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O Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi) divulgado nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) apontou que o Nordeste teve o menor valor de custo no setor de construção civil em março, quando comparado às demais regiões: R$ 1.453,09 por m².
A região Sul foi a mais cara (R$ 1.614,83), seguida pelo Sudeste (R$ 1.606,30), Norte (R$ 1.551,07) e Centro-Oeste (R$ 1.548,88). No Ceará, houve um pequeno aumento (0,06%) em março, mas ainda assim representa uma queda de 0,25 ponto percentual em relação a fevereiro.
O custo médio da construção, também por m², foi de R$ 1.422,67 em março, sendo R$ 898,56 relativos aos materiais e R$ 524,11 à mão de obra. Em fevereiro, o índice havia fechado em R$ 1.421,78. O economista Fran Bezerra explica que a liderança do Nordeste em relação a demais regiões diz respeito ao salário mais baixos dos profissionais do setor na região e aos materiais, que geralmente têm sua produção feita no Norte e Nordeste.
“Boa parte dos materiais de construção civil é produzida principalmente na região Nordeste, como cerâmicas, telhas, tijolos e cimento”, elucida o conselheiro do Conselho Regional de Economia do Ceará( Corecon-CE). Segundo Bezerra, o INCC é importante principalmente para calcular a inflação dentro da construção civil. O levantamento é verificado, a cada mês, já com todas as alterações de preços dos itens do setor como também da mão de obra.
TRÊS COMPONENTES
O também economista Eldair Melo pontua que o índice divide os valores dos custos da construção civil em três componentes: materiais, mão de obra e despesas administrativas.
“A Região Nordeste apresentou reduções nos dois primeiros componentes. É um bom resultado ainda que, em algumas regiões, já tenha havido o dissídio coletivo. Vejo como uma cadeia logística de geração de valor, induzindo os demais setores da economia: da fábrica, rodovias, habitação e hospitais. A construção civil vem se aproveitando da retomada local das atividades econômicas, o que potencializa as oportunidades atuais”, explica.
Melo avalia, no entanto, que os fatores altas taxas de juros, crise energética e instabilidade política vêm na contramão dessas oportunidades no setor e podem criar um cenário não tão promissor ou até diminuir a velocidade de crescimento no futuro.
“A tendência deve ser de um pequeno crescimento ou uma manutenção.” Em âmbito nacional, o INCC apresentou variação de 0,99% em março, subindo 0,43 ponto percentual em relação a taxa do mês anterior (0,56%).
Os últimos doze meses foram para 15,75%, resultado abaixo dos 16,28% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. No ano, o acumulado ficou em 2,29%. Em março de 2021 o índice foi 1,45%. O custo nacional da construção, por m², foi de R$ 1.549,07 em março, sendo R$ 927,28 relativos aos materiais e R$ 621,79 à mão de obra.
Em fevereiro, fechou em R$ 1.533,96. O Sinapi, produção conjunta do IBGE e da Caixa Econômica Federal (CEF), tem por objetivo a produção de séries mensais de custos, por exemplo, e de séries mensais de salários medianos de mão de obra e preços medianos de materiais, máquinas e equipamentos e serviços da construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação.