O prefeito da Capital cearense, José Sarto (PDT), disse, em vídeo publicado em suas redes sociais nesta terça-feira, 31, após encontro com a categoria de professores e professoras da rede municipal de ensino, que a Prefeitura de Fortaleza cumprirá o reajuste salarial que contemple o valor estabelecido no piso nacional da Categoria, conforme anúncio recente do Ministério da Educação (MEC).
“Nenhum professor de Fortaleza terá o vencimento-base menor do que o piso de R$ 4.420,55 estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC)”, diz Sarto. No entanto, o pedetista faz um apelo para que a categoria encerre a paralisação e retomem os trabalhos para o início das atividades no ano letivo nas escolas.
O impasse entre as partes está em relação ao percentual de reajuste, que seria de 14,95%, porém em cima do valor do piso, não do valor que o profissional recebe atualmente.
“Ponderamos que retornem as atividades porque Fortaleza está numa curva ascendente na qualidade do ensino porque temos alunos e pais de alunos desse acolhimento da educação em Fortaleza. Educação é prioridade nossa“, acrescentou o chefe do Executivo Municipal.
Sarto garante, ainda, que os demais itens da pauta de reivindicações da categoria continuam em discussão entre as partes, desde que haja o fim da paralisação. A categoria, por meio dos sindicatos, decidiu, em assembleia, paralisar as atividades na última semana até que a Prefeitura conceda o reajuste do piso nacional.
DIVERGÊNCIA
Após a mesa de negociação com a Prefeitura Municipal de Fortaleza, realizada nesta terça-feira, 31, a presidenta do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), Ana Cristina Guilherme, trouxe a realidade: o prefeito Sarto não atendeu nenhuma das reivindicações do magistério municipal.
“A reunião foi muito ruim. Na verdade o Prefeito propôs reajuste de 0,81%, não aplicando os 14,95% na referência inicial, que é o nível médio. Nós não podemos mais admitir gestões que tirem nossos direitos. Lei do Piso é para corrigir uma defasagem histórica do magistério. A nossa agenda segue com amanhã, 01/02, a partir das 8h, na Câmara Municipal de Fortaleza, e uma assembleia na quinta-feira, 02/02, na ETI Filgueiras Lima. A paralisação prossegue”, ressalta a dirigente.
Enquanto a gestão de Fortaleza propõe menos de 1% de reajuste salarial, impondo o achatamento das remunerações da categoria, mais de 80 prefeituras do Ceará, aplicam, efetivamente, os 14,95% ou mais aos profissionais do magistério na referência inicial da carreira, o nível médio, e com repercussão nos demais níveis (graduados, especialistas, mestres e doutores).
As proposições de Sarto foram recebidas com muita indignação pelos educadores da Capital, que ainda nesta semana avaliam a possibilidade de deflagração de greve.