O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), o deputado estadual Evandro Leitão (PT), afirmou que não faz política obcecado em ter cargos, em coletiva na Casa, nesta quinta-feira (21). Pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza pelo PT, o parlamentar disputa com outros quatro nomes a vaga do partido para a disputa no pleito do próximo ano. Leitão se filiou ao PT no último domingo (17), em evento que contou com os demais pré-candidatos petistas e aliados do projeto político liderado pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e o governador do Estado, Elmano de Freitas (PT).
Ainda segundo o presidente do Legislativo cearense, ele está na política, pois “gosta” e “se sente bem em poder ajudar as pessoas”. “Não tenho obsessão nem a cargo, nem a poder. Não estou na política para conquistar espaço atropelando as pessoas”, disse.
Para as Eleições municipais de 2024, Evandro é cotado como um dos principais nomes dentre os pré-candidatos que já demonstraram interesse em participar do pleito. No PT, no entanto, outros quatro correligionários do presidente da Alece também são possíveis candidatos. São eles: A deputada federal Luizianne Lins (PT); os deputados estaduais Larissa Gaspar (PT) e Guilherme Sampaio (PT); e o ex-deputado federal Artur Bruno (PT). Conforme Evandro, ainda durante a coletiva na Alece, um projeto político não pode ter “uma cara”. Para o parlamentar, para um projeto político ter sustentação, ele deve contar com uma identidade própria que possa “expressar o pensamento da grande maioria” do grupo.
SAÍDA DO PDT E RELAÇÃO COM CID
Recém filiado ao PT, o presidente do Legislativo segue brigando na Justiça pela sua desfiliação do PDT. Com carta de anuência referendada pelo senador Cid Gomes (PDT-CE), presidente da sigla no Estado, Evandro teve a permissão para deixar o PDT. A Executiva Nacional, comandada interinamente pelo deputado federal André Figueiredo (PDT-CE), no entanto, entendeu pela anulação do pedido. Na Justiça, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) deu parecer favorável ao deputado estadual, entendendo pela legitimidade da desfiliação. A Nacional havia entrado com recurso à saída de Leitão do partido. Caso queira recorrer novamente, Figueiredo deverá apresentar recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na instância superior.
Na sua antiga legenda, Evandro compunha o grupo liderado por Cid, presidente da sigla no Estado. Após o presidente da Casa enviar o pedido de filiação ao PT, aliás, Cid revelou, de forma exclusiva ao OPINIÃO CE, “frustração” pela antecipação de Evandro. O senador pretende que todo o seu grupo de aliados – 15 deputados estaduais, dentre titulares e suplentes; quatro federais; e pelo menos 45 prefeitos – siga para a mesma legenda. Questionado sobre sua relação com o ex-governador, Evandro respondeu que não há nenhum “arranhão” entre os dois.
“Nós podemos pensar de forma diferente”, disse. “Mas de forma alguma sermos desrespeitosos ou termos arranhões com quem quer que seja. O pensamento divergente em uma situação pontual faz parte, é natural na política”, completou.